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Correios: críticas de Dirceu a petistas são normais, diz líder o PSB
Da Agência Brasil
27/05/2005 | 21:10
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O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Renato Casagrande (ES), disse nesta sexta-feira que considera normais as críticas do chefe da Casa Civil, ministro José Dirceu, aos petistas que assinaram o pedido de criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios. Segundo o ministro, esse parlamentares deveriam deixar o partido e ir para a oposição. "São críticas feitas no calor da discussão, num processo que teve uma polêmica muito grande", afirmou o deputado sobre as declarações do ministro.

Segundo Casagrande, a partir da próxima semana, será hora de rearticular a base aliada do governo no Congresso. "Vamos considerar que, a partir da semana que vem, com a cabeça mais equilibrada, a emoção ficará em segundo plano. A parte da empolgação, da emoção, até do desconforto desse momento, ficará em posição inferior. O que vai prevalecer é a razão, que é a rearticulação da base", disse ele.

Quanto aos petistas que assinaram, e mantiveram a assinatura no requerimento da CPMI, Casagrande observou que esses parlamentares talvez ainda tenham dificuldade de assumir sua posição de governo. "Acho que o PT ganhou a presidência da República, mas ainda tem muita dificuldade para assumir a posição de governo. Infelizmente, a posição de um grupo de petistas, ou de qualquer liderança, acaba interferindo nos partidos da base. O que está claro é que essa divisão do PT, em matérias polêmicas, acaba refletindo em outros partidos", disse o líder do PSB.

O deputado Chico Alencar (PT-RJ), que assinou o requerimento da CPMI, respondeu às críticas do ministro José Dirceu aos petistas que assinaram o documento. Alencar informou que um bloco de esquerda do Rio vai realizar segunda-feira (30) um "ato de protesto-propositivo" para se opor à agenda punitiva. "Deputados do PT que assinam uma CPI para apurar corrupção serem convidados a se retirar do partido é um absurdo. Então, nosso ato vai ser propositivo. Vamos opor a esta agenda punitiva uma agenda positiva", explicou Chico Alencar.

Segundo o deputado, só o governo do presidente Lula tem condições de implementar um choque de moralidade pública. Ele defendeu um trabalho sério e profundo na CPMI e condenou o "eleitoralismo" de quem quiser fazer demagogia contra o governo, pensando no pleito de 2006.

Alencar questionou os argumentos contrários à criação da CPMI, afirmando que, se as denúncias vêm sendo investigadas pelo governo, por intermédio da Polícia Federal e do Ministério Público, "por que o Congresso Nacional não pode usar uma prerrogativa sua de investigar? O mínimo que deveríamos ter feito era apoiar a investigação, sem medo de travar o embate contra aqueles que quiserem fazer demagogia eleitoral dentro da CPMI", destacou Alencar.

O petista não acredita em punição do partido aos deputados que assinaram o requerimento da CPMI. "Não tem nenhuma base regimental para punição. Não houve fechamento de questão e a bancada não tomou nenhuma posição. Fizemos o que é da rotina e natural para os petistas. Qualquer forma de punição é ilegal, arbitrária e inaceitável. Eu tenho convicção de que não vai acontecer", concluiu.




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