Sydney, principal cidade da Austrália, é muito, muito cool. Poucos lugares que eu visitei por aí exibem uma vibração tão positiva quanto ela. Não à toa, suas cenas gastronômica, fashion e cultural despontam entre as mais efervescentes do mundo atualmente. Já pensou em viajar para lá?
Para o brasileiro, a viagem pela Austrália costuma começar justamente em Sydney, a cidade mais famosa do pedaço (embora a capital australiana seja Camberra), após um longo roteiro. Quem desembarca ali após pouco mais de 14 horas de voo desde Santiago, no Chile – a conexão mais rápida a partir do Brasil –, tem a sensação de ter viajado rumo ao futuro, mesmo porque o relógio avança 13 horas em relação a Brasília.
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Com avenidas largas, prédios modernos, uma porção de áreas verdes e um litoral que esbanja recortes insinuantes, Sydney é um daqueles lugares que parece ter resolvido a maioria dos problemas sociais e agora só quer saber de receber bem e surpreender o visitante com uma vibe para lá de positiva.
Colabora com isso o fato de o australiano ser do tipo que ri de graça. Os aussies, como são conhecidos, são educados, receptivos, adoram uma piada e têm uma forte queda pela vida ao ar livre.
Por todas as partes de Sydney é possível ver gente praticando exercícios, correndo, pedalando ou simplesmente tomando uma taça de vinho ou copo de cerveja a qualquer hora do dia nos muitos pubs e restaurantes espalhados pela cidade.
Batizada de Circular Quay, a área mais pulsante da região é também a que melhor sai na foto. Afinal, é lá que fica o cartão-postal top do Novíssimo Mundo, a Opera House, projetada pelo arquiteto dinamarquês Jørn Utzon e que enche os olhos ao imitar o desenho de barcos a velas sobre as águas mansas da Baía de Sydney.
É quase irresistível começar o passeio pela cidade justamente ali, ainda mais se for sábado à noite, quando, durante boa parte do ano, um show de fogos rola às 21h e consegue o que parecia praticamente impossível: deixar o cenário ainda mais fotogênico. E o que é melhor: tudo isso é de graça.
Já durante o dia, é possível visitar o interior da Opera House, cuja acústica elogiada atrai óperas e filarmônicas de todo o mundo. Os tours servem de prévia para a visita ao Royal Botanic Garden, um lindo jardim que se descortina ao lado da casa de espetáculos.
Ou então para quem deseja passar algumas horas agradáveis no Opera Bar, ponto de encontro de visitantes e locais aos fins de semana. Com uma taça de vinho na mão, é uma delícia sentar-se nas mesas situadas na parte externa e apreciar outro símbolo da região, a Sydney Harbour Bridge.
Para quem gosta de caminhar, fica a dica: atravesse a ponte a pé até o Milson’s Point, um gramadão, e receba de presente a melhor vista da baía.
Para imergir no clima jovial que toma conta da cidade mais cool da Austrália, uma boa ideia é se hospedar nos hotéis-butiques que brotaram aos montes por lá nos últimos anos. É o caso do QT, localizado no coração da CBD (como eles chamam a região central) e a 15 minutos de caminhada do Circular Quay.
Erguido ao lado de um dos teatros mais tradicionais de Sydney, o hotel que se tornou habitué de artistas de cinema parece tirado de um filme de Baz Luhrmann, australiano que dirigiu Moulin Rouge: Amor em Vermelho e O Grande Gatzbi.
Quem chega lá dá de cara com recepção a meia luz, elevadores com luzes florescentes e caixas de som que ecoam alto de Beatles a James Brown, quartos estilosos o ótimo restaurante Gowings Bar & Grill, que serve cortes de carne e peixes deliciosos – destaca para o ceviche com pimenta mexicana. Aos sábados, o bar anexo fica lotado de jovens vestidos, em geral, para ver e ser vistos.
Bem em frente ao QT há um grande shopping, o Westfield, shopping famoso em várias partes do mundo, inclusive na Austrália, com marcas como Miu Miu, Salvatore Ferragamo, Louis Vuitton e Michael Kors. Mas ainda mais interessante é dobrar a esquina e avançar pela George St., uma das ruas mais movimentadas de Sydney.
Ali há bons restaurantes, como o The Morrison Bar & Oyster Room , a galeria de arte privada White Rabbit, uma série de baladas e as vitrines do clássico Queen Victoria Building e do moderninho DFS Galleria, dois dos points fashions mais in do pedaço.
Lojas como Burberry, Armani, Cartier, Tiffany & Co, Jimmy Choo, Bulgari, Armani e Chanel dão o ar da graça por lá. E não ligue: se for muito para o seu bolso, vale ao menos conferir as vitrines, que são de arrasar.
Após desbravar a vibrante região central, é hora de conhecer os bairros mais cool de Sydney.
Um bom lugar para começar é Surry Hills, palco do Paramount Coffee Project, um singelo café construído no átrio do antigo galpão da sede do estúdio de cinema Paramout em Sydney. Moderninho e frequentado por executivos, é um ótimo point para tomar café e experimentar o cronut, uma mistura de croissant com donut.
Outra casa interessante na região é a doceria húngara Kürtosh, dona de pretzels divinos e também do doce que leva o nome da casa, uma espécie de bolo com massa fina e cobertura caramelizada com vários sabores – arrisque o de pistache.
Ainda na linha cult, dê uma escapada até Potts Point. Ali, a passos de distância da Red Light local (uma rua que, curiosamente, mistura clubes de strippers com restaurantes cinco estrelas), há mercadinhos à la Eataly, como o Fratelli Fresh, e endereços chiques como o The Farm Wholefoods, um dos melhores lugares da cidade para comprar temperos diferentes.
Em Woolloomooloo (que significa canguru na linguagem aborígene), por sua vez, antigos galpões portuários se transformaram em butiques e restaurantes elegantes, bem ao lado do Domain Park, onde, no verão, são realizadas óperas ao ar livre.
Esta é a região de Sydney em maior evidência atualmente, graças aos prédios modernos onde moram celebridades como os atores Nicole Kidman e Russell Crowe. Não é raro vê-los por ali andando despretensiosamente de chinelão pela rua ou comendo uma torta de carne na simpática barraca do Harry’s Cafe de Wheels.
De volta à região central da cidade mais famosa da Austrália, é imprescindível passar pelo The Rocks, um dos bairros mais emblemáticos da cidade. Pubs, cafés, restaurantes e museus despontam a cada esquina da área.
Enquanto isso, a região portuária conhecia como Darling Harbour esquenta à noite graças aos diversos pubs e restaurantes do pedaço, sem contar a filial local do Hard Rock Café.
Um endereço ali não pode faltar na lista de quem gosta de boa comida é o Sepia, com menu-degustação de inspiração japonesa. É um dos restaurantes mais badalados de toda a Austrália, com pratos que giram em torno de R$ 200. Mas, pense bem: você atravessou o mundo. Por que não fazer uma loucura?
Para continuar de bem com a vida, tire um dia para passear nos Eastern Suburbs de Sydney, região à beira do Pacífico repleta de boas opções de lazer. É ali que fica, por exemplo, Paddington, reduto de jovens designers e artistas locais.
Vitrines hypadas, livrarias e escolas de arte tomam conta da Oxford St., que avança até o distrito de Woollahra. Uma vez no pedaço, não deixe de fazer um pitstop na Simon Johnson, uma delicatessen com queijos, doces, azeites e caviares deliciosos.
O gostoso por ali é andar a pé, entrando nas pequenas galerias que se espalham pelo bairro. Boa parte delas tem cafés refinados cercados por lojas finas, como Armani Junior e Pond.
E é assim que você acaba dando de cara com maravilhas como o Victor Churchill, o açougue mais famoso do mundo. Elegante, com áreas envidraçadas e madeiras nobres, a casa tem uma espécie de hall da fama no fundo com assinaturas de chefs famosos que viajam do mundo todo para conhecê-la, a exemplo de Anthony Bourdain.
Não dá para sair de lá sem degustar ao menos uma porção de presunto de pata negra, mesmo que a próxima parada seja em Rose Bay, onde ficam alguns dos melhores restaurantes de Sydney.
É o caso do Catalina, cujo menu inclui peixes e cortes de carnes wagyu, que harmonizam perfeitamente com os excelentes vinhos recomendados pelos sommeliers. Mas prepare o bolso: uma refeição por lá não sai por menos de RS 150. E vale cada centavo.
Sydney também dá praia, e uma das mais famosas da região fica a apenas 20 minutos de carro do centro. Bondi (pronuncia-se Bondai) é uma espécie de Ipanema australiana, com todas as tribos e muita gente sarada – embora não necessariamente bronzeada – reunida. A diferença é que há uma quantidade impressionante de surfistas e, nos meses mais quentes, moças fazendo topless na areia.
No enorme calçadão que envolve a praia, a galera hipster pratica exercícios, escuta música espalhada pelo gramado ou dá um pulo nas lojinhas pega-turistas que se amontoam por ali. Uma ideia mais interessante é deixar tudo isso para trás e caminhar pelo calçadão que se descortina pela costa e avança por seis quilômetros até Bronte.
O visual é de babar. São tantas falésias, reentrâncias, penhascos debruçados sobre o mar e uma série de pequenas praias que ninguém vê a hora passar ou se cansa, mesmo porque a trilha é bem tranquila.
Logo no início da caminha, há um clube com uma piscina à beira-mar, que rende lindas imagens. É justamente nessa área que fica o melhor restaurante da região, o Icebergs Dining Room and Bar.
Da varanda da casa é possível vigiar, numa boa, todo o agito e a bela paisagem de Bondi enquanto se aprecia ostras com champanhe de entrada e pratos saborosos, como o peixe-espada.
Uma boa dica para acompanhar e se despedir com estilo de Sydney é o chardonnay Lake´s Folly, da região australiana de Hunter Valley. Aí é só fazer um brinde para se despedir de Sydney como ela merece: em alto estilo.
Quem pretende ir a Austrália precisa de visto. Confira aqui as informações básicas e o link para providenciar o documento.
Reportagem adaptada de original publicada na revista Viaje Mais, parceira do Rota de Férias.
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