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Consulado dos EUA barra viagem de bolsista da Jorge Street
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
26/10/2011 | 07:30
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De nada adiantou ter tido o melhor desempenho acadêmico na Escola de Tecnologia Jorge Street, unidade estadual com cerca de 2.000 alunos em São Caetano. O servidor público e estudante Iremar Ferreira de Brito, 54 anos, um dos 500 selecionados pelo Centro Paula Souza para bolsa de estudo de um mês nos Estados Unidos e com todas as despesas pagas, teve o visto barrado pelo consulado norte-americano em São Paulo.

"É extremamente frustrante ganhar e não levar", afirmou Brito, morador no bairro Santa Paula, em São Caetano, e tecnólogo em Sistema de Informação. A bolsa de estudo foi conquistada por seu desempenho no curso Técnico em Jurídico, concluído em junho na Jorge Street - a duração foi de um ano e meio. Atualmente é aluno de outro curso noturno (Rede de Computadores) na mesma instituição.

O bolsista disse não saber o motivo de ter o visto indeferido. Ele compareceu à entrevista no consulado munido de todos os documentos possíveis e imagináveis, como carteira profissional com registro de trabalho, holerites, escritura de propriedade de imóvel, carteira de habilitação e extrato bancário, entre outros. "O oficial consular sequer viu ou pediu qualquer documento, depois de fazer umas cinco perguntas, entre elas, idade, estado civil e valor da renda mensal", contou. Brito é divorciado e tem dois filhos - um jovem de 21 anos e uma adolescente de 16.

No ofício enviado ao bolsista do Grande ABC que o Diário teve acesso, datado do dia 17, o oficial consular "lamenta" o fato de Brito ter sido considerado "inelegível para obter o visto de não imigrante" pela lei de imigração e nacionalidade dos Estados Unidos. Para os norte-americanos, todos são imigrantes em potencial, até que se prove o contrário.

"Amo o meu País. Não tenho interesse algum para ficar em solo norte-americano como imigrante ilegal. Ganhei a bolsa por mérito. Não planejei nada. Então, por que não posso usufruir desse direito?", questionou o bolsista barrado.

Questionado sobre o motivo de o visto ter sido negado e quais seriam os requisitos necessários, o Consulado Geral dos Estados Unidos limitou-se a informar que o "solicitante deve demonstrar fortes vínculos sociais, econômicos, familiares e profissionais com o país". E acrescentou que "não comenta casos individuais de vistos".

O Centro Paula Souza confirmou que dos 600 selecionados no Programa de Intercâmbio Cultural, entre alunos e professores, 17 tiveram o visto negado. Informou ainda que enviou dois ofícios ao consulado para reconsideração, uma vez que a instituição é responsável pelo retorno dos estudantes ao Brasil.

No sábado, 92 alunos embarcam para os Estados Unidos - o retorno ocorre dia 26 de novembro. Sem justificativa, Brito está fora.




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