Esportes Titulo
S.Caetano faz 17 anos, repete de ano, mas promete se recuperar
Anderson Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
03/12/2006 | 20:12
Compartilhar notícia


Adolescência. Um período de transição, da infância para a fase adulta, que sempre gera problemas. Irritação, dúvidas, conflitos. Quem tem um filho nesta idade, sabe como é complicado lidar com um aborrecente. O futebol do Grande ABC sabe disso, afinal, um de seus filhos, o São Caetano, está no turbilhão da crise. O clube completa hoje 17 anos de vida. Tem pouco para comemorar. Tropeçou feio na temporada 2006, com a queda para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Dirigentes, jogadores e treinador sabem que a lição deve ser aprendida. “Quando passarmos para a maioridade, vamos voltar para a Primeira Divisão”, vislumbra o pai – atual – do adolescente, o presidente Nairo Ferreira de Souza.

Quando não tinha compromisso, na infância, a brincadeira chamou a atenção do Brasil. O Azulão surgiu do fundo da sala de aula, mostrou conhecimento e surpreendeu a todos com o vice da Copa João Havelange em 2000. Com o espírito de criança, não assumiu responsabilidade. Manteve-se pequeno, mas grande nas conquistas.

Em 2001, repetiu a cena: acabou em segundo no Campeonato Brasileiro e passou a figurar na Libertadores da América, torneio em que também seria vice em 2002. O diploma estava guardado. Dois anos depois, se empenhou, estudou muito os adversários, acabou campeão paulista. E todos aplaudiram o garoto-prodígio.

A morte de Serginho, em 2004, assustou o São Caetano, que se enfiou atrás da carteira do colégio futebol e não teve forças para se reerguer. Aos poucos, perdeu o rendimento e, neste ano, acabou sendo reprovado. “O futebol foi um desastre. O que posso falar sobre um time rebaixado para a Segunda Divisão?”, lamentou o presidente sobre o filho, que hoje acordou de ressaca após a despedida de sábado do Campeonato Brasileiro.

E agora? Como será a vida com 17 anos? “Vamos manter os pés no chão. Faremos o possível para contratar e voltar o mais breve à Primeira Divisão”, afirmou o dirigente, que já trouxe quatro reforços (Dejair e Douglas. do Criciúma-SC, Luiz Henrique, do São Raimundo-AM, e Paulo Sérgio, do Noroeste). “Virão mais”, garante. Mas sem estrelas.

Nos dois últimos anos, o São Caetano teve 12 professores. Confundiu a cabeça do aluno, que não se adaptou a tantas mudanças. A cada troca, um choque: tudo novo: lição, provas, horários. “Ficou difícil. Tem que haver uma seqüência de trabalho”, alerta o precavido zagueiro Thiago.

É exatamente isso que a diretoria promete ter assimilado. “Contratamos o Dorival (Júnior) para montar o elenco. Terá todo o respaldo”, garante Nairo, que viu o São Caetano tirar um zero na despedida da Primeira Divisão, sábado, com a goleada de 4 a 1 sofrida diante do Flamengo em Volta Redonda. <EM>

Mas uma coisa é certa: 2007 será o ano do castigo para o Azulão. Hora do adolescente criar juízo, assumir responsabilidades e, quem sabe, fazer a torcida mais feliz na formatura, já marcada para o ano que vem.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;