A PF (Polícia Federal) fechou quarta-feira 17 rádios piratas na Região Metropolitana, sendo uma no Jardim Campanário, em Diadema, durante operação batizada de Linhas Cruzadas. De acordo com o órgão, o principal motivo da ação é a interferência que essas rádios clandestinas causavam na comunicação entre aeronaves.
“Durante investigação, foi comprovado que essas rádios entram na faixa de comunicação entre torre de comando e aeronaves, por isso a necessidade de encerrarmos a transmissão. Por enquanto, felizmente, não tomamos conhecimento de nenhum acidente provocado, mas temos de atuar na prevenção”, afirmou o delegado responsável pela operação, Fábio Henrique Maiorino.
No Jardim Campanário, em Diadema, a rádio clandestina 106 FM tinha a antena instalada em uma residência localizada na avenida Curió. Cinqüenta agentes da PF e 15 funcionários da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) cumpriram mandados de busca e apreensão.
A rádio de maior porte lacrada foi a Rádio Gospel, da Fundação Evangélica Trindade, instalada na Serra da Cantareira, na Capital, onde foram apreendidos três transmissores de alta potência, com 15 mil watts cada. O valor unitário do aparelho é de aproximadamente R$ 40 mil.
Os responsáveis pelas rádios vão responder criminalmente por indevida atividade de radiodifusão e, em alguns casos, por atentado contra a segurança de transporte aéreo.
“Essas rádios piratas, que atuam sem autorização da Anatel, costumam invadir a faixa de freqüência de comunicação entre aeronaves porque não seguem os padrões técnicos exigidos pelos órgãos do setor. A potência alta ou freqüência inadequada podem interferir na comunicação”, afirmou o professor do Departamento de Energia Elétrica do Centro Universitário da FEI, Marcelo Ribeiro Zanatelli.
Em outubro do ano passado, em operação semelhante, a PF fechou seis rádios no Grande ABC, sendo quatro em Mauá, uma em São Bernardo e outra em Diadema.