Política Titulo Transporte
Há indícios de direcionamento na licitação, diz Manoel sobre Suzantur

Autor da denúncia ao MP e TCE, vereador de Mauá alega que contrato tem de ser cancelado

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
31/01/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Autor da denúncia no Ministério Público e no TCE (Tribunal de Contas do Estado) contra a manobra feita pelo governo do ex-prefeito de Mauá Donisete Braga (PT) a favor da Suzantur, o vereador Manoel Lopes (DEM) declarou que “há fortes indícios de que a licitação foi dirigida” e que o atual contrato, assinado em 2014, deveria ser cancelado.

O Diário mostrou no domingo que o secretário de Mobilidade Urbana na gestão Donisete, Azor de Albuquerque Silva, autorizou a Suzantur a desrespeitar as regras do edital 8/2014, que determinava oferta de 248 ônibus e todos zero-quilômetro. A companhia iniciou a operação em agosto daquele ano longe de atingir a cota, a despeito de ter, na hora da proposta, se comprometido a atender todos os itens da concorrência pública. Apesar da manobra, que permitiu a Suzantur a burlar as regras daquele certame, a exploradora do serviço público não levou multa.

“Na minha visão, o então prefeito Donisete Braga sequer tinha que ter assinado a ordem de serviço, uma vez que a Suzantur nunca foi clara o suficiente sobre a frota que dispunha. As primeiras suspeitas começaram no primeiro trimestre de 2015, quando protocolei requerimentos para analisar os veículos. E, analisando até como a Suzantur chegou à cidade, em contrato emergencial, vejo que há fortes indícios de que a licitação do transporte foi direcionada, dirigida”, declarou o democrata.

O vereador lembrou de todo o processo de contratação da Suzantur. A empresa iniciou a operação de forma emergencial, quando o governo de Donisete Braga descredenciou as então gestoras do transporte público Viação Cidade de Mauá e Leblon Transporte de Passageiros argumentando que ambas invadiram o sistema de bilhetagem eletrônica. Elas foram declaradas inidôneas e, assim, a Suzantur assumiu as linhas da Leblon, ainda em 2013. Em agosto de 2014, venceu a licitação ao oferecer R$ 6,2 milhões pelo contrato de dez anos.

“Houve a retirada de uma empresa com aceitações popular e política sem justificativa plausível. A Suzantur, por exemplo, nem leva multa de trânsito, apesar de seus carros ficarem estacionados em faixas proibidas. Há farto volume de documentos, todos em posse do Ministério Público e do TCE, para análise de tudo que ocorre em Mauá”, emendou Manoel.

O governo de Atila Jacomussi (PSB) declarou que, atualmente, a Suzantur opera com todos os carros exigidos no edital e que os veículos estão dentro da idade média máxima permitida, de cinco anos. A administração disse ainda que vai aguardar manifestações do MP e do TCE e que não irá conduzir processo interno de apuração do caso. 




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