O Santo André volta a campo hoje pelo Campeonato Paulista em busca da primeira vitória. Com o jejum de resultados positivos, o Ramalhão não terá apenas um, mas dois adversários em campo: o Mogi Mirim (às 19h30, no Estádio Romildo Gomes Ferreira) e a ansiedade. O técnico Pintado e os jogadores têm discurso ensaiado a respeito da afobação que têm demonstrado nas últimas rodadas.

"A gente tem buscado nos fortalecermos e os próprios jogadores já entenderam que a ansiedade de ganhar tem nos levado a erros primários e feito com que a gente ofereça espaços. A cobrança para corrigir isso tem de existir entre todos. Vamos buscar a primeira vitória, sabemos das dificuldades, mas também da nossa capacidade", disse o treinador. "A equipe tem trabalhado muito e batalhado bastante por esse resultado positivo", emendou o comandante, que ao fim do treino levou longo papo com o presidente da Gestão Empresarial andreense, Ronan Maria Pinto, e com o diretor de futebol, Juraci Catarino.

Com quatro empates e uma derrota nas cinco primeiras partidas do Paulistão, Pintado aos poucos molda o time. Tanto que não deve realizar mudanças no elenco que empatou por 1 a 1 contra o Ituano, no sábado. "A ideia é manter a equipe. Nos três primeiros jogos, mudei pouco, mas é difícil, porque tem vezes que não posso insistir em algo que não está dando certo. Agora o time teve uma melhora substancial e vamos atrás da vitória", afirmou o técnico, que contará com a presença do atacante Célio Codó, este que deixou o jogo contra o Ituano sentindo o tornozelo direito - foi substituído pelo estreante Luciano Fonseca -, mas está recuperado.

Há quem diga que já passou da hora de vencer. Sabedor disso, Pintado se mostrou antenado ao campeonato e conta com o resultado positivo para sair da área de risco (é 16º colocado, uma acima da zona do rebaixamento). "Estamos atentos à zona de classificação, que está três pontos acima da gente. Ao mesmo tempo observamos que o grupo de trás está colado. Temos de ter cuidado, mas não deixar de olhar para frente".

Sandoval se firma entre os titulares

Nos treinos do Santo André é muito comum escutar o técnico Pintado gritar o nome de um jogador em especial: "Sandoval!" O treinador orienta, fala, gesticula, posiciona e faz de tudo para passar ao zagueiro. O que parece marcação por parte do comandante andreense, na prática se mostra o contrário, afinal de todos os zagueiros do elenco, Sandoval foi titular nas cinco primeiros jogos do Paulista. E parte para o sexto, hoje, em Mogi Mirim.

Contratado junto ao Flamengo de Guarulhos, nunca havia disputado a elite paulista. Jogou as primeiras divisões em Pernambuco e no Paraná, mas é em São Paulo que se diz encontrando maior desenvolvimento ao seu futebol. E tal panorama vai de encontro a companheiros de posição com mais bagagem, como Anderson - campeão do mundo pelo Corinthians -, ou Sidraílson e Altair Silva, que já disputaram competições nacionais.

"Sempre assistia e o nível é totalmente diferente dos outros campeonatos. É muito alto. Exige qualidade e também trabalho psicológico, porque não é só bola no pé, como também é necessário pensar. Melhorei muito meu futebol em saber escutar as pessoas mais experientes, ver o jogo com mais clareza, ter mais tranquilidade e responsabilidade. Cada dia tiro mais proveito de tudo".

A respeito das cobranças de Pintado, Sandoval acredita que deve-se ao fato de o treinador ter feito carreira como volante, enquanto atleta. "Como era um jogador de marcação, nos orienta, pede para guardar a posição, marcar firme e forte", contou o zagueiro, que está na expectativa de que as exigências do treinador sejam colocadas em prática hoje.

"O professor sempre bate na tecla de que concentração evita erros, pede mais atenção, e pretendemos atendê-lo. Vontade não está faltando, mas cada um tem de dar algo a mais", concluiu Sandoval.

Volante Romarinho, ex-São Caetano, é novo reforço

O Santo André acertou com mais um reforço para a temporada. O volante Romarinho, 20 anos, chega por empréstimo do São Caetano até o fim do ano. Velho conhecido do técnico Pintado e do auxiliar Dino Camargo, com quem trabalhou no Azulão, o jovem busca espaço no Ramalhão.

O curioso é que Romarinho iniciou o Paulistão como titular do São Caetano. Aos poucos, porém, perdeu lugar e acabou colocado como disponível a empréstimo pelo ex-técnico Toninho Cecílio. "Para mim, é oportunidade boa, o Dino e o Pintado estão me dando essa chance. Estou muito feliz em poder ajudar o time. Estava jogando no São Caetano, mas de repente fui afastado com mais alguns atletas. Fica certa mágoa, porque estava bem, mas não posso reclamar", afirmou o volante, que já treinou com o restante do elenco ontem.

Segundo o diretor de futebol do Azulão, Genivaldo Leal, a saída de Romarinho do elenco deve-se ao excesso de volantes na equipe. Já ao técnico Pintado, a polivalência do atleta contou a favor de sua contratação.

Transferência não dá certo e Rychely volta ao Santo André

O sonho de Rychely em jogar na Europa terminou antes mesmo de começar. Em razão do atraso da chegada do jogador à Alemanha, onde realizaria os exames médicos para transferir-se ao Alania, da Rússia, o negócio foi cancelado e ontem o jogador já estava de volta ao Santo André, treinando com os demais jogadores.

"Tive problemas no passaporte, que estava vencido. Fui até São José do Rio Preto tentar encontrar alguma solução com meu procurador, mas o tempo se esgotou e aconteceu esse problema. Mesmo assim viajei, tentei resolver por lá, mas não consegui. Só passei frio e voltei", disse o atacante, que pegou temperatura de -9ºC em Munique. "Fiquei triste, porque eu, como qualquer outro jogador, queria atuar na Europa. Mas agora é trabalhar e ajudar o Santo André a melhorar na tabela", emendou.

Ao ser informado de que a torcida protestou contra sua saída, Rychely agradeceu o apoio. "Fico feliz em saber disso. Espero que fiquem felizes e que eu possa fazer o melhor pelo Santo André", concluiu.