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Mauá estuda colocar
restaurante popular
em uma área de risco
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
02/02/2011 | 07:39
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A Prefeitura de Mauá estuda desapropriar imóveis construídos em quatro terrenos no Jardim Zaíra, localizados na Rua Francisco D'Aoglio, próximos ao problemático Córrego Corumbé. No local seria construído um restaurante popular - o terceiro da cidade. Cerca de dez famílias moram nesses imóveis.

Moradores da região dizem ter se reunido na segunda-feira com integrantes da Prefeitura para tratar da desapropriação. No encontro, a administração teria proposto a desocupação de forma amigável, ou seja, ainda não há decretos de reintegração de posse.

"Eles (da Prefeitura) nos disseram que ninguém é obrigado a aceitar a proposta. Disseram também que, se alguém não aceitar, procurariam outro terreno para construir o restaurante", diz a dona de casa Eveli de Souza. A moradora informa que os funcionários da administração revelaram ter pressa na definição do terreno.

Os participantes da reunião relatam que ainda não receberam uma proposta pelas casas. "Falaram para a gente que um engenheiro viria aqui no máximo até o fim da semana para avaliar o terreno", acrescenta a dona de casa Sônia Regina dos Santos, 49 anos. Ela não se mostra interessada a negociar. "Eles podem até oferecer um valor bom, mas aqui moram três famílias. Não vai dar para comprar três casas", reclama.

Sônia questiona também a necessidade da construção. "A Prefeitura diz que não tem dinheiro para arrumar o rio e impedir enchentes no bairro, mas para fazer um restaurante tem", critica. Ela conta que ouviu dos integrantes da administração que o prédio seria construído em nível mais alto do que o da rua, para evitar inundações.

A Prefeitura foi procurada para dar sua versão sobre o encontro, mas não se manifestou. O secretário de Obras, Hélcio Silva, disse não saber da realização da reunião. 

Casa de aposentada afogada está na lista

O terreno onde está construída a casa que era habitada pela aposentada Antônia Avelaneda Grande, 63 anos, é um dos que a Prefeitura de Mauá pretende desapropriar para dar lugar ao restaurante popular. Dona Antônia, como era conhecida, morreu afogada após um temporal no dia 18.

Na ocasião, a água da chuva superou os dois metros de altura e derrubou um muro em cima da aposentada, que ficou inconsciente e morreu no local.

Vizinha de dona Antônia, a aposentada Maria Aparecida Tenquim, 64, diz que ficaria aliviada por deixar o local. "Com este rio aqui, sujo do jeito que está, não dá para ficar. É muito perigoso", avalia.

Ontem, o Diário mostrou a história de um aposentado, vizinho à área que seria ocupada pelo restaurante, que preferiu abandonar sua casa própria a permanecer no local e foi morar de aluguel em outro bairro.




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