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Crescimento é mais do que política de juros, diz Palocci
23/05/2004 | 22:12
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O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deixou claro neste domingo que o governo não aceitará mais tratar a discussão sobre o crescimento econômico do país apenas sob o ponto de vista da política de juros do Banco Central. “A consolidação do crescimento não vem de decisão de taxa Selic. É uma agenda suplementar, ampla, que precisa ser desenvolvida”, disse.

O governo pretende trabalhar firmemente na execução dessa agenda, que será um dos elementos considerados pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para a definição de metas de inflação. Para Palocci, a questão dos juros deve ser tratada sem exageros. “Ela é uma questão fundamental, mas secundária diante de uma agenda de crescimento”, avaliou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem pedido aos ministros da área econômica e de desenvolvimento para que formulem com mais clareza a agenda de desenvolvimento do país. É dentro deste espírito que o CMN passará a olhar as metas de inflação. “O que o presidente Lula tem pedido é um mecanismo muito claro e muito bom, ou seja, o Conselho define a agenda e uma série de pressupostos e expectativas em direção a níveis de crescimento progressivos ao longo dos anos, e estabelece também uma meta de inflação compatível com isso”, explicou Palocci.

Isso não significa, entretanto, que o Conselho definirá metas concretas de taxa de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. “Não quer dizer misturar uma coisa com a outra”, disse o ministro. A idéia é trabalhar com expectativas, que serão moldadas de acordo com a agenda de ações propostas pelo governo. “Estabelecemos uma agenda pressupondo que o cumprimento dela aumenta o PIB potencial do Brasil e permite você atingir valores mais altos de crescimento”, explicou Palocci.

Agenda – Trata-se de um conjunto de reformas institucionais que passam por diversas áreas como crédito, defesa da concorrência e tributação. Uma das medidas previstas, e que deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional até o final de junho, é a desoneração da folha de pagamento das empresas.




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