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Avenida Kennedy, um perfil eclético
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
20/08/2005 | 08:41
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Ela mal ingressou na vida noturna e a fama de baladeira já se alastrou pela cidade. Símbolo da transformação de São Bernardo, a avenida Kennedy há pouco mais de 10 anos descobriu a vocação para a madrugada e é referência na noite do Grande ABC. Na tripla jornada, a via não pára e atrai gente de todo tipo e interesse. Do esportista ao homem de negócios, da dona-de-casa ao adolescente, a Kennedy é corredor movimentadíssimo 24 horas por dia.

Hoje, na avenida e nos arredores são 216 atividades comerciais - entre barzinhos, farmácias, padarias e até um shopping center -, além de 422 prestadores de serviços, como bancos e imobiliárias. Em menos de 1,5 km de extensão, a Kennedy ainda abriga o moderno Parque da Cidade, o Ginásio Poliesportivo e a Secretaria de Finanças. "Não há nenhuma outra avenida com esse perfil na cidade. Nenhuma é tão eclética. Quando foi inaugurada, a Kennedy era uma reta que passava no meio de vários terrenos vazios. Aos poucos, foi ganhando essa forma", explica a diretora do departamento de informações geopolíticas da Prefeitura, Maria Cristina Wlobleski.

A avenida foi inaugurada em 1963, depois que o município desapropriou a área para construir o corredor e canalizou o córrego Borda do Campo. Pequenos comerciantes apostaram na mais nova via da cidade e levantaram as portas. Faziam companhia ao posto do Corpo de Bombeiros, um dos mais antigos "moradores" da Kennedy. "A avenida nunca teve perfil para moradia. Sempre foi comercial. Nasceu assim", conta Wlobleski.

Os "desbravadores" da Kennedy mostraram que a região era boa de freguesia. E assim a malha de serviços foi crescendo, como trabalho de formiguinha. E hoje, os bairros vizinhos, como Jardim do Mar, Vila Marlene e Chácara Inglesa estão entre os mais nobres de São Bernardo.

"Moro perto da Kennedy há 34 anos e vi a avenida crescer. Antes, só tinha comércio familiar. Agora, as lojas de carro importado e o Golden Shopping. Sem falar nos barzinhos. Acho ótimo meus filhos não terem de ir para São Paulo para se divertir", diz Luciana Almiante, 57 anos, que trabalha no shopping.

Um dos donos do Liverpool, Antonio Carlos Sellan, 44, conta que a Kennedy ficou mais bonita e melhor iluminada desde que virou pop. Há 12 anos, inaugurou a primeira choperia da avenida e viu a noite virar dia por ali. Mas o sucesso tem lá seus percalços. "Precisa de mais segurança. Tem muito roubo de carro por aqui. Sem contar na moçada que tira racha. É perigoso", avalia. É o lado ruim da fama da senhora do comércio e da menina baladeira.




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