Em carta protocolada na Prefeitura, estudantes não reconhecem Francisco José dos Santos Milreu como candidato mais votado
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Estudantes do Centro Universitário Fundação Santo André protocolaram, na manhã de ontem, carta junto ao gabinete do prefeito andreense, Paulo Serra (PSDB), com o objetivo de fazer valer o que consideram “vontade do corpo estudantil” em relação à escolha do novo reitor da instituição de Ensino Superior. Segundo o grupo, a mais votada entre os três candidatos que integram lista tríplice entregue ao chefe do Executivo em novembro é a professora Andréa Quintao para reitoria – que aparece em segundo lugar na classificação geral.
De acordo com Matheus Brollo, representante dos alunos no conselho universitário e discente da Faeng (Faculdade de Engenharia), Andréa recebeu 585 votos da comunidade acadêmica, enquanto Francisco José dos Santos Milreu obteve pouco mais da metade dos sufrágios – 423. Em terceiro lugar estaria Edvaldo Luis Rossini, o Didi, com 128 pontos, que, há duas semanas, protocolou pedido de saída da disputa.
A diferença em relação ao resultado oficial – em que Milreu obteve 44,65% dos votos, Andrea 39,68% e Didi 15,67% – se dá em virtude de política de peso diferenciado na votação entre alunos, funcionários e docentes. Conforme os estudantes, 70% da nota da votação fica a cargo do corpo docente, 20%, dos alunos e 10%, dos funcionários. Na prática, Milreu obteve 93 votos entre professores, 295 entre alunos e 35 dos funcionários. Andréa recebeu 69 sufrágios dos docentes, 488 dos discentes e 28 dos colaboradores.
A decisão sobre a escolha do novo reitor da FSA (Fundação Santo André) deve ser anunciada ainda nesta semana pelo prefeito. Responsável pela nomeação do líder da instituição de Ensino Superior – que assumirá o exercício de 2018 a 2022 – o chefe do Executivo deu indícios, em dezembro, de que respeitaria a vontade da comunidade escolar e nomearia o candidato mais votado no processo eleitoral oficial, o professor Milreu.
“No sentido de recuperar a faculdade, a proposta da Andréa é a melhor. Essa questão (de Milreu estar sob suspeita de não ser concursado) preocupa a gente (alunos). Mesmo que provem que ele está apto a reitoria, nós não o escolhemos para assumir o cargo”, ressalta Brollo.
Há uma semana, a reitora da Fundação Santo André, Leila Modanez, deu início a pente-fino em todos os 450 contratos de servidores da Fundação com o objetivo de identificar o número exato de funcionários e professores sem concurso público – o que é proibido por lei.
Em investigação preliminar, 126 profissionais apresentaram documentação insuficiente para comprovar o modo de contratação. Um deles seria o professor Milreu.
A instituição vive crise financeira desde 2009. Somente a folha de pagamento custa em torno de R$ 3,3 milhões e demanda cerca de 90% do orçamento. Atualmente, a FSA enfrenta rombo estimado em R$ 500 mil por mês.
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