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Lojas reduziam ‘rodagem’ de carros
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
02/03/2007 | 22:32
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A Polícia Civil de Mauá desmanchou um esquema de adulteração de quilometragem de veículos quinta-feira após denuncia anônima. Taís Campos Alves, 23 anos, foi adulterando a quilometragem de quilometragem de uma Palio Weekend à venda na concessionária Automasa, no Centro. As concessionárias contratavam a funcionária terceirizada, que cobrava R$ 70 para cada carro que reduzia a quilometragem.

Taís atendia, no mínimo, 17 lojas e concessionárias do Grande ABC. Policiais civis responsáveis pela operação explicaram que ela trabalhava de modo discreto. Segundo a polícia, Taís chegava no cliente (dono ou gerente da loja), verificava qual a quilometragem original do carro a ser adulterado e calculava com o gerente da loja qual o novo número que deveria ser colocado no painel para valorizar mais o veículo na hora da venda. Eles avaliavam a quilometragem que seria aceitável no mercado e acertavam a alteração.

As informações foram retiradas de uma lista de controle preparada pela própria acusada. Ela levava consigo fichas de cada um dos clientes. Nelas constava o modelo, a placa e a quilometragem autêntica. Depois, acrescentava a falsificada.

Os carros listados pela concessionária serão encaminhados para perícia. Segundo o delegado plantonista do 1º DP de Mauá, Renato Gomes Camacho, o crime é contra o consumidor. Taís e a concessionária são acusados de induzir o usuário a erro.

O advogado Rodolfo Luis Bortolucci afirmou à reportagem que sua cliente fazia um trabalho de revisão elétrica. “Ela é especialista nesse tipo de trabalho. É técnica formada e estava só fazendo seu serviço. Vamos insistir nessa tese durante todo o processo de defesa.”

Os investigadores, porém, apreenderam ferramentas específicas com a acusada. “Encontramos uma espécie de pinça usada para mexer em painéis mecânicos. Ela tirava o dispositivo que zera a quilometragem parcial e colocava essa pinça no lugar. Desse modo, conseguia voltar os números manualmente. Para os painéis eletrônicos, a técnica era mais sofisticada e necessitava de um computador.”

O gerente da Automasa, Eduardo Coelho Reis, foi encaminhado à delegacia para prestar depoimento. Orientado pelo advogado, ele não quis se pronunciar sobre o caso. O proprietário da loja, de acordo com a polícia, fugiu.

Se condenada, Taís pode pegar de dois a cinco anos de prisão. Os clientes da loja que se sentirem lesados pelo mesmo motivo podem ir ao DP ou pedir esclarecimentos no Procon, que garante que o crime prevê abatimento do preço pago pelo consumidor.



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