Com a suspensão, ele fica afastado de discussões de diretório, reuniões de governo e proibido de falar em nome do PT. A punição foi aplicada porque o vereador se absteve da votação para presidência da Câmara, em janeiro, quando a bancada do partido apoiou a candidatura de Adler Teixeira, o Kiko (PSDB).

“Estou com um mandato sem força agora. É como se eu não tivesse um partido”, disse Franco. Ele esperava que o diretório se sensibilizasse com a moção apresentada na última sessão da Câmara, na qual dez membros do legislativo de Rio Grande demonstraram solidários a ele.

O presidente da Câmara, Kiko, e os três outros membros da bancada do PT não apoiaram a moção. “Meu mandato está apenas começando, não acho que houve uma falha que merecesse suspensão”, disse.

Para a presidente do PT de Rio Grande da Serra, Anita Ramos, a atitude do vereador foi contra a posição política do diretório: “Na chapa em que Kiko concorria para presidência, o vice era do PT (o vereador Claudinho da Geladeira). A abstenção do vereador foi, portanto, contrária ao partido.”

Anita não acredita que a punição possa atrapalhar o mandato do vereador na Câmara. “Acredito no bom senso dele. A decisão interna do partido não deve interferir nas votações de projetos para o município”, disse.

Para Paulo Franco, o mandato será prejudicado. “Estamos sem voz, num mandato morto, da mesma forma que algumas leis mortas e sem sentido que temos no município”.

Ele lamenta estar suspenso no momento em que provavelmente voltará em discussão o projeto do Executivo de concessão para licitação da coleta de lixo. “Tenho projetos na área. E as explicações da Prefeitura não foram satisfatórias”, disse.

O vereador vai recorrer da punição. Ele apresenta recurso no Diretório Estadual do PT entre hoje e amanhã. “Eu acredito demais no PT. Espero que a ideologia do partido se sobreponha à ideologia da caça de poderes de Rio Grande da Serra”, disse.