Atualizada às 15h40

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou, às 10h10, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, para acompanhar o julgamento de seu recurso no TRF-4 (Tribunal Reginal Federal da 4ª Região), que ocorre nesta quarta-feira, em Porto Alegre. Ele ficará em uma sala reservada no prédio da entidade na companhia de lideranças locais e deputados. O ex-presidente chegou de carro e não parou para falar com a imprensa nem com a militância que se aglomerou no local.

Cerca de 200 pessoas que apoiam Lula estiveram na frente da Sindicato logo pela manhã. A militância acompanha o julgamento em um telão colocado no terceiro andar do prédio. Entre as lideranças locais e do partido, já passaram por lá o ex- presidente do PT Rui Falcão, o ex-prefeito de Santo André Carlos Grana, o ex-prefeito de São Bernardo e presidente estadual do PT, Luiz Marinho, o deputado federal Vicentinho, a deputada estadual Ana do Carmo, o deputado estadual Teonílio Barba, o ex-prefeito de Diadema José de Felippe Júnior, e a vereadora do PT em São Bernardo Ana Nice de Carvalho. 

"Ele está realista, sereno. Já está querendo ver os próximos passos. Candidato ele vai ser, independentemente do resultado, que dever ser negativo. Talvez o melhor cenário seja 2 a 1, mas pode ser 3 a 0. Vai ter uma batalha juridica e política", comentou Grana, que ressaltou que Lula voltou animado de Curitiba, onde esteve na última terça-feira. 

O deputado estadual petista Teonílio Barba também torce para que a haja ao menos um voto a favor do político. "Nesse caso, fica uma decisao dividida, você entra com os embargos infringentes e isso ajuda muito no processo e, dessa forma, garantimos que o (ex-)presidente possa disputar as eleições de 2018."

Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, membro da Executiva do PT de Diadema e da executiva estadual do partido, reforçou a ideia de golpe e disse que não há argumentos concretos contra Lula. “Se for utilizada a técnica do poder judiciário e da constituição federal, Lula será inocentado, porque até o momento não conseguiram uma única prova contra ele. Agora, como nós sabemos que trata-se da continuidade de um golpe arquitetado pelo capital nacional internacional. A nossa expectativa é que eles mantenham aquilo que prepararam ao longo desse tempo”, disse.

No mesmo tom, a vereadora Ana Nice afirmou que o julgamento está sendo político e não com base nos autos do processo. "Historicamente, toda vez que tem avanço, que tem um político que direciona seu governo para poder avançar na distribuição de renda, políticas sociais, inclusão social, sempre vem e tem golpe."

Em julho de 2017, Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz Sérgio Moro no caso tríplex do Guarujá. Sua defesa afirma que não há provas de que o apartamento no Edifício Solaris seja de propriedade do ex-presidente.

A sessão da 8ª Turma do TRF-4, composta pelos desembargadores Gebran Neto (relator do caso), Leandro Paulsen e Victor dos Santos Laus, começou às 8h30 e deve terminar por volta das 15h. Depois da sentença, a previsão é que o ex-presidente siga para São Paulo, onde ocorrerá um ato na Praça da República em sua defesa.

Caso mantida a condenação, Lula poderá ser tirado da corrida presidencial devido ao enquadramento na Lei da Ficha Limpa. Ainda haverá, no entanto, instâncias superiores nas quais o ex-presidente poderá recorrer.

Manifestação

Cerca de 50 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) estiveram, pela manhã, em frente ao apartamento do Lula, em São Bernardo, em um protesto a favor do ex-presidente. (Com informações de Marília Montich)