Cerca de 250 pessoas fizeram passeata até casa de Auricchio para pedir fim do tributo
Cerca de 250 pessoas, segundo a GCM (Guarda Civil Municipal), protestaram ontem à noite contra a cobrança da taxa do lixo em São Caetano. Os manifestantes promoveram passeata até o apartamento do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), no bairro Santa Paula, e pediram o fim do tributo.
Os munícipes se concentraram por volta das 18h em frente à Câmara. Munido de cartazes com críticas à taxa do lixo e de apitos, o grupo seguiu em marcha, pela Avenida Goiás, com destino à residência do prefeito. A via, no sentido Santo André, foi bloqueada por alguns minutos por conta da movimentação. Nem a PM (Polícia Militar) nem o departamento de trânsito da cidade estavam presentes para auxiliar na locomoção de pedestres e veículos durante o protesto.
Liderados por militantes do Psol, como o ex-vereador Horácio Neto, os manifestantes entoavam coro contra a taxa, pregando que o tributo “é ilegal e abusivo”. “O método da cobrança também está errado. Antes, a gente conseguia negociar e até parcelar, mas agora não”, criticou o administrador Amauri Pires, 55 anos, que participou do ato com a mulher e o filho.
Ao chegar ao entorno do prédio de Auricchio, o grupo foi abordado por policiais, que pediram que a via fosse liberada. A PM alegou que não foi comunicada previamente do protesto, o que foi contestado pelos manifestantes. Apesar da divergência, eles aceitaram deixar o local e decidiram voltar para a frente da sede do Legislativo, onde encerraram o ato, por volta das 20h. “(A mobilização) Já está fazendo diferença. Os vereadores e o próprio Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental de São Caetano) já tiveram de se explicar. Estão todos pressionados”, avaliou Daniel Lima, filiado ao Psol e integrante do movimento.
O grupo também está coletando assinaturas para ingressar com projeto de lei, por iniciativa popular, para revogar a cobrança da taxa do lixo.
O tributo foi implementado na cidade em 1977, mas até o ano passado a cobrança era feita no carnê do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Em dezembro, a Câmara aprovou projeto do governo transferindo a taxa para a conta de água, emitida pelo Saesa (antigo DAE – Departamento de Água e Esgoto).
Procurado, o Saesa reafirmou a legalidade da cobrança, destacando que o tributo é reconhecido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e salientou que o caso “ está sendo usado com oportunismo político por grupos partidários que tentam confundir, polemizar e difundir inverdades”. Novo ato será realizado na Câmara, na primeira sessão do ano, em fevereiro.
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