O presidente da Câmara de São Bernardo em exercício, vereador Estevão Camolesi (PTdoB), receberá nesta quinta-feira autorização ou não para poder se desfiliar do partido por justa causa, mediante decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O parlamentar, que é autor do pedido, diferentemente do publicado ontem, requer na Justiça o direito de sair da sigla por afirmar que sofre perseguição política.

"Sou autor do pedido para sair do partido por justa causa, pois não tenho acesso às reuniões da legenda, falta diretrizes partidárias e tenho sido alijado das discussões internas. Eles (diretório municipal) elegeram dois vices presidentes) sem ao menos me comunicar. Se ganhar o processo, tenho autorização para deixar a sigla."

Único vereador do PTdoB pelo Grande ABC, Camolesi afirma que, com a articulação, está fazendo a sua própria janela. "Poderei ficar sem legenda até o fim de setembro, para depois pensar em outra legenda, não precisarei esperar janela."

O parlamentar conta que foram cerca de oito meses para chegar o Dia D do parecer. "Entendo ser o tempo necessário. O projeto possui cerca de 250 páginas, foram ouvidas várias testemunhas, arroladas por mim e pelo partido. Isso demanda tempo. Causas tribunais às vezes demoram anos."

Ao comentar a relação com o presidente da legenda, Evandro de Lima (PTdoB), Camolesi foi enfático: "Caso fosse bem tratado, como gente, permaneceria e não teria entrado com o processo. Só fico sabendo dos debates internos pela imprensa, isso não é justo."

Um dos advogados de Camolesi, Alberto Rollo, garante que, de nenhuma forma, o vereador perderá o mandato. "Nós montamos toda a estratégia. Não existe risco de ser cassado. O partido pode até querer expulsá-lo futuramente, mas seria um outro caso. Por enquanto, o advogado do diretório alega apenas que não há razão para Camolesi sair."