Jovem de 17 anos já passou por cinco sessões de remoção da inscrição
Seis meses após as inscrições ‘eu sou ladrão e vacilão’ terem sido gravadas na testa de um jovem de 17 anos, em São Bernardo, a expectativa é que a decisão da Justiça sobre o caso saia no próximo mês. O adolescente, que continua internado em clínica no Interior do Estado, deve passar pela sexta sessão de remoção da inscrição também em janeiro.
Segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), o pedreiro Ronildo Moreira de Araújo, 28 anos, e o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, permanecem presos na Penitenciária de Tremembé. Os dois foram detidos em 10 de junho, após vídeo que mostra a tatuagem sendo feita ter sido amplamente divulgado em redes sociais. O motivo do crime seria um suposto roubo de bicicleta, o que a vítima tem negado.
O advogado de defesa do tatuador, Marco Antonio dos Santos, tem expectativa de que, com base nos laudos, o cliente saia da prisão. “Foi uma lesão corporal leve, que não vai gerar deformidade permanente porque ele vai remover a tatuagem. Esperamos também a liberdade imediata. O Maycon é réu primário.”
O processo corre em segredo de Justiça. Conforme Santos, foram feitas duas audiências em relação ao caso e dois pedidos de liberdade provisória, sendo um deles pela antiga defesa. Ambos negados pela Justiça. “Quando é feito este pedido (habeas corpus), a sentença é protelada para avaliação. Então não vamos fazer novos (pedidos), mas aguardar a sentença de primeiro grau, que deve ser publicada após o recesso.”
Já para o coordenador da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) Ariel de Castro Alves, a expectativa é de condenação. Isso porque, mesmo após o tratamento, o jovem deve ficar com cicatrizes. “Este caso precisa ser exemplar, para evitar outras situações do tipo. Se ficarem impunes, vai estimular práticas como violência e linchamentos”, opinou.
O adolescente, que completa 18 anos em fevereiro, faz tratamento para vício de álcool e drogas em clínica particular. A equipe responsável pela remoção se desloca até o local para sessões mensais. A estimativa inicial era que o procedimento de laserterapia durasse de oito a dez sessões. Tudo foi doado. O Diário tentou contato com os familiares do jovem, porém, não obteve retorno. Eles se mudaram de São Bernardo para o Interior. A vaquinha on-line destinada à remoção da inscrição se converteu em ajuda financeira à família.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.