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Fabricantes de brindes retomam crescimento

Após amargar dificuldades por três anos, setor se reinventa e volta a registrar alta nos pedidos

Soraia Abreu Pedrozo
Flavia Kurotori
20/12/2017 | 07:13
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Denis Maciel/DGABC


O setor de brindes, que vem sendo castigado há pelo menos três anos, agora começa a enxergar uma ‘luz no fim do túnel’. Por fabricar itens supérfluos, geralmente distribuídos por grandes empresas a seus clientes e parceiros com o intuito de fidelizá-los, o segmento perdeu pedidos e viu seu faturamento encolher 50%, o que desencadeou em demissões. Com os primeiros sinais da retomada da economia, empresas da região se atualizam e reinventam e, como resultado, notam expansão de até 30% nas encomendas neste fim de ano.

É o caso da Sol Brindes, de São Bernardo, que, entre outros produtos, confecciona mousepads ergonômicos, pastas com zip zap, chaveiros em gel, blocos com canetas ecológicas e kits churrasco. “Após um ano muito ruim para o setor, começamos a notar crescimento na demanda em um período historicamente atípico, que é no fim do ano, quando as encomendas normalmente já foram feitas. Temos muitos pedidos para entregar em janeiro”, explica o gerente Oscar Lopes.

O movimento gerou, inclusive, expectativa de contratações. “Ao longo deste ano, nossa equipe foi reduzida pela metade. Tínhamos 17 funcionários e, hoje, temos apenas oito. Estamos precisando de reforços. Dependendo da continuidade dos pedidos. Vamos contratar três pessoas”, conta.

A Sol Brindes fabrica boa parte de seu portfólio, que tem como clientes revendedores, e não as empresas, o que faz com que não haja muita fidelidade. Mesmo assim, Lopes diz estar confiante, já que entende que o fato de haver demanda por supérfluos é sinal de melhora da economia.

ALTERNATIVA - De olho nesse nicho e em novas oportunidades de negócio depois que perdeu seu emprego, Gabrielle Monice Garcia decidiu investir R$ 8.000 oriundos da rescisão contratual em equipamentos para abrir empresa de brindes em sua própria casa, em Santo André. “Sabia que o mercado estava difícil, ainda mais para uma mulher grávida (hoje, sua filha Fernanda tem 2 meses). Então pensei neste ramo como alternativa para não ficar parada. Meu marido continuou com trabalho fixo, mas ele me ajuda nas horas vagas e faz as entregas”, conta ela.

Assim nasceu a Bittenca Presentes Personalizados que, desde abril, estampa produtos diversos, como canetas, chinelos, camisetas e porta-copos. O negócio, que conta com uma designer responsável pela criação artística do produto, conforme a demanda do cliente, usou como principal ferramenta de divulgação as redes sociais e o ''boca a boca''.

“A cada data comemorativa, como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais, notamos expressivos aumentos em relação aos meses normais, pois as vendas duplicaram. Mas o Natal está superando todas elas, pois a demanda triplicou”, comemora Gabrielle. “A resposta do mercado nos surpreendeu e hoje já temos clientes fixos, que nos procuram em várias ocasiões. As empresas querem algo para deixar sua marca.”

REDIRECIONAMENTO - A Espaço Fechado, que fabrica relógios personalizados e óculos de sol, também em Santo André, em 2015 encolheu sua equipe em 40% e, agora, registra resultado 12% menor do que em 2016 – no ano passado, havia obtido aumento no faturamento por conta da Olimpíada. “O fato de a política nacional estar ruim há algum tempo fez com que o mercado recuasse em todos os sentidos”, explica a gerente Ana Carolina de Oliveira.

Diante do cenário, a firma decidiu redirecionar seus produtos e apostar em opções de menor custo para atender a outro tipo de demanda. “Até então, nosso segmento corporativo atendia os clientes com relógios, que eram brindes mais sofisticados. Diante da crise, desenvolvemos o paper watch, produto diferenciado e de custo mais atrativo (a exemplo dos de silicone e couro ecológico). É preciso inovar sempre para se manter no mercado”, sentencia.

Visando conquistar mais clientes, Ana Carolina conta que lançou projeto free watch, por meio do qual a Espaço Fechado fornece os brindes e o cliente paga apenas no fim da campanha. O resultado foi o crescimento no número de clientes. “Isso é bom porque gera novas oportunidades.”
 




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