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Japão deve ajudar São Bernardo a recuperar mananciais
Maurício Klai
Do Diário do Grande ABC
30/12/2001 | 22:14
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O primeiro passo para resolver definitivamente o problema ambiental e humano das áreas de manancial de São Bernardo já foi dado. Quem afirma é o secretário de Finanças, Eurico Leite, que, acompanhado pelo secretário de Administração, Paulo Guidetti, retornou recentemente de viagem oficial de 17 dias ao Japão. Eles apresentaram ao governo daquele país – Ministérios da Construção e das Relações Exteriores – o projeto que visa a obter cooperação técnica e financeira para a iniciativa que consumirá US$ 160 milhões – por meio de empréstimo a fundo perdido do Japan Bank International Corporation (Jabic) e da administração.

A recuperação total das áreas de manancial de São Bernardo está prevista em duas fases: aprovação pelo governo japonês do projeto do Executivo para tratamento ambiental da área da represa Billings – que engloba, além do município, a interligação com projeto do governo do Estado que já contempla Santo André e Diadema – e a posterior recuperação total de todas as áreas de manancial da cidade.

“Em 2002, enviaremos projeto de lei à Câmara”, disse Leite ao lembrar uma das exigências dos japoneses: que a mudança das administrações não comprometa o andamento do projeto. “Creio que tivemos sucesso em uma das etapas mais difíceis para qualquer país interessado em obter empréstimo a fundo perdido: convencer o governo japonês de que a administração está financeiramente equilibrada e adequada à Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse o secretário. O aval definitivo do Japão pode ser conhecido ainda nos primeiros dias de janeiro.

Na primeira fase do projeto – que levou dois anos e meio para ser concluído e foi guardado em segredo pelas secretarias de Finanças, Obras e Administração – São Bernardo espera contar com a participação do governo japonês em 50% de verba de US$ 3 milhões necessária ao pagamento de técnicos, engenheiros e projetistas japoneses. “Os outros 50% serão viabilizados pela administração que já reservou verba no Orçamento de 2002”, afirmou Leite.

Ao falar em áreas de manancial, um dos primeiros entraves é a remoção de famílias. Segundo o secretário, as intervenções ficarão reservadas apenas às áreas de risco ou impossíveis de ser urbanizadas. “Nada será feito sem consulta à coletividade.”

Segundo Leite, o fato de a administração ter contado com o aval do governo brasileiro – que transformou a viagem em missão oficial e disponibilizou intérprete 24h para todas as apresentações – foi imprescindível. “Fomos recebidos pelo embaixador Ivan Canabrava que endossou o apoio do governo federal aos encontros com as diretorias de Relações com a América Latina e Caribe, e de Cooperação do Governo Japonês com América Latina e Caribe”, revelou Leite.

A administração também conta com o aval da Frente Parlamentar Nipo Brasileira, presidida pelo deputado federal Paulo Kobayashi (PSDB), e da Câmara Brasil-Japão, com a qual a cidade mantém convênio de intercâmbio de estagiários firmado na primeira gestão de Maurício Soares (1989-1992).

“Kobayashi e o vereador Hiroyuki Minami (PSDB) são convidados da família imperial japonesa para uma visita oficial em janeiro”, afirmou Leite.

O assessor especial e coordenador de Ações Comunitárias da Prefeitura, Ademir Silvestre, também tomou parte do projeto. Ele articulou contatos em São Paulo com o Órgão de Cooperação Internacional Japonês (Jica) e o Banco Japonês de Cooperação Internacional (Jabic).




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