Projetada para homenagear a história fabril de São Bernardo, a construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador está paralisada há pouco mais de um ano, desde que investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal apontaram irregularidades na execução da obra, como o suposto desvio de R$ 7,9 milhões. A perícia em material apreendido em dezembro de 2016 no Paço Municipal, então comandado pelo petista Luiz Marinho, e em outros endereços continuam, com previsão de conclusão dos trabalhos para o primeiro trimestre de 2018.

É de se esperar que PF e MPF de fato ajam com celeridade e finalizem o trabalho no prazo previsto, mas que a pressa não se sobreponha à necessidade de arrematar o processo sem brechas que deem aos acusados de malfeitos a chance de postergar o caso e evitar eventuais punições. Aliás, situação que tem se mostrado um tanto comum neste País assolado por denúncias de corrupção de toda ordem, envolvendo políticos de todas as cores e (não) ideologias e empresários de alto coturno, até outro dia pessoas da maior credibilidade.

É preciso que haja celeridade não apenas para que eventuais culpados sejam punidos no rigor da lei, mas sobretudo em respeito ao suado dinheiro do contribuinte empregado na construção, iniciada em 2012 e com previsão de entrega para 2013. De lá para cá, a obra já consumiu em torno de R$ 21 milhões, a maior parte repassada pelo governo federal. Isso significa que não apenas o morador de São Bernardo está pagando por um projeto que já é chamado de elefante branco, mas também por pessoas que pagam impostos no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

Ou seja, a conclusão das investigações é fundamental para permitir que as obras sejam retomadas e concluídas, de modo que a população possa ter acesso a um bem que ajudou a pagar. Não importa se ainda como Museu do Trabalho e do Trabalhador ou como Fábrica de Cultura, como deseja o atual mandatário do Paço de São Bernardo. Terminar a obra é respeitar o contribuinte.