Política Titulo Confissão
Ex-funcionários da Volks pedem reparação por apoio à ditadura

Grupo de 30 ex-trabalhadores protestou em frente à planta da empresa em São Bernardo

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
10/12/2017 | 07:30
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 Grupo de 30 pessoas, todos ex-funcionários da planta da Volkswagen de São Bernardo, promoveu ato na antiga portaria da montadora cobrando reação da empresa à reparação de danos causados pela perseguição e tortura a trabalhadores durante a ditadura militar (1964-1985).
O coletivo faz parte de um universo de diversos ex-metalúrgicos, ao lado de centrais sindicais, que acusam a Volkswagen de contribuir com violação aos direitos humanos dos operários durante os anos de chumbo. Em 2015, a mobilização, que começou na Comissão Nacional da Verdade, resultou no ingresso de uma representação no MPF (Ministério Público Federal) contra a empresa alemã, que resultou em inquérito civil e que está prestes a ser ajuizado, segundo os ex-trabalhadores.
Dois anos depois de ingressarem com a denúncia na Promotoria exigindo reparação coletiva e individual, os ex-metalúrgicos acusam a montadora de se negar a dialogar com os ex-operários. “A empresa, mesmo sabendo do relatório (dossiê da denúncia), poderia ter chamado a gente para conversar, mas isso não aconteceu”, criticou Sebastião Neto, coordenador do IIEP (Intercâmbio Informações Estudos e Pesquisas), entidade que também assinou a petição.
A denúncia relata que a Volks mantinha lista negra de trabalhadores considerados subversivos ao regime militar devido às posições políticas ou à atuação sindical. Os nomes eram encaminhados ao Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), aparato estatal da ditadura responsável pela tortura.
Na quinta-feira, a Volks promoverá evento para divulgar resultados de estudo independente feito por Christopher Kopper, da Universidade de Bielefeld, na Alemanha, sobre o que teria ocorrido na planta da empresa no Grande ABC durante a ditadura militar. “Não queremos que a Volks nos homenageie. Queremos correção pelo o que passamos. Foram 25 anos de perseguição aos trabalhadores”, disse o ex-ferramenteiro Lucio Antonio Bellentani, 73 anos, preso em 1972 na sua bancada de trabalho, torturado e mantido em cárcere por dois anos.




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