Há tempos o consumidor brasileiro se queixa na hora de comprar um carro por conta de alguns fatores, como, por exemplo, o preço acima de seu poder aquisitivo, a variação de valor conforme a cor, a quilometragem, o local e o estado de conservação, entre outros motivos. Apesar de alguns mecanismos que servem de referência, como a tabela Fipe, que disponibiliza os preços médios do mercado nacional de veículos mensalmente, ainda há ‘injustiças’, imprecisões, não raro, incoerências nas negociações entre vendedores e compradores.

É em meio a esse contexto que a Kelley Blue Book, empresa que realiza cotação de veículos novos e usados nos Estados Unidos, lançou o www.kbb.com.br com o objetivo de dar o preço ‘certo’ de veículos, tanto no momento da compra quanto no da venda para revendedores, concessionárias e particulares. “Queremos tornar o processo de transação mais transparente, com um preço mais próximo da realidade que o veículo apresenta no momento da venda”, explicou o diretor-geral da Kelley Blue Book no Brasil, Carlos Domingues.

O diferencial do portal, defende Domingues, é o indicador de preços, oferecido de forma gratuita. Na prática, em vez de divulgar um único preço para tal modelo de determinado ano, ao se pesquisar um carro é exibido um gráfico que contém três faixas de cor: verde, branca e vermelha.

Se o veículo almejado se encontra na faixa verde, significa que as condições de seu automóvel o colocam com boas chances de ser vendido, e por preço condizente com o mercado. Por sua vez, caso ele se enquadre na faixa branca, significa que o montante a ser pago está muito abaixo do mercado, seja porque há um excesso de oferta, pelo fato de o modelo estar saindo de linha ou por alta quilometragem. Por fim, se o veículo constar na faixa vermelha, significa que o modelo está acima do valor de mercado ou que a procura está alta, o que acaba influenciando no preço.

É importante ressaltar que, nos resultados da pesquisa, em vez de oferecer um valor, o usuário tem acesso a quatro tipos de preços: um para negociação entre pessoas físicas, outro para revendedores, um terceiro para compra de zero-quilômetro e o preço total, que inclui até custos com emplacamento, licenciamento, taxas, tributos e documentação. “(Os impostos) São aspectos que as pessoas não pensam na hora de comprar um carro e que quase nenhum site leva em conta”, destacou o diretor de mercado da empresa, Daniel Silveira.

O dispositivo da KBB se baseia no processamento de informações do mercado, valores sugeridos pelas fabricantes, revendedores e transações recentes. A plataforma tem parceria com o site iCarros, que faz a intermediação entre vendedores e compradores e recebe anúncios de automóveis. Tudo isso é disponibilizado por meio de um complexo algoritmo. Além disso, a companhia também conta com analistas nos Estados Unidos para evitar distorções. “Em princípio, vamos atualizar o sistema uma vez por mês, mas já temos em mente encurtar esse tempo mais adiante para deixar o preço ainda mais preciso”, comentou Silveira.

De acordo com a companhia, cerca de 2 milhões de transações foram computadas no sistema do portal como base de comparação e, em outubro, 860 mil usuários já utilizaram o site.