A sensação de insegurança é constante para quem vive nas ruas Bom Retiro e Perdizes, no bairro Pauliceia, em São Bernardo. A localização geográfica do bairro é fator citado como primordial para escolha do local como alvo de ações criminosas. 

O espaço que abriga inúmeras residências e se mostra como aparentemente quieto, faz divisa com bairros como o Piraporinha e Taboão, ambos em Diadema. Este fator faz o funcionário público aposentado Renê de Castro, 72 anos, crer que o local é utilizado como “rota de fuga”. 

“Aqui tem roubo de carros e de residência de duas a três vezes por semana. Quem mora próximo a estas áreas periféricas sofre com esse tipo de problema. A insegurança aumentou de uns anos para cá, e a cada dia está mais perigoso”, diz.

Castro vive na parte alta do bairro, próximo à praça utilizada por ele e outros idosos para a prática de exercícios na academia ao ar livre instalada na área de lazer do bairro. A utilização constante dos equipamentos por parte da população contribuiu para a melhora da situação. “Às vezes a PM (Polícia Militar) dá uma volta por aqui. Antes de colocarem os aparelhos de exercício era pior, porque usuários de drogas ficavam o dia inteiro na praça. Não tenho medo porque a violência faz parte da vida do ser humano, infelizmente”, afirma. 

O supervisor de transportes aposentado Antônio Carlos Ferreira, 63, diz que sempre ouve relatos de vizinhos sobre a situação de insegurança no bairro. “Comigo nunca aconteceu nada, mas o vizinho comentou que a casa dele foi roubada três vezes. A polícia passa de vez em quando, mas deveria ser constante. A gente também ouve que na esquina atacam mulheres para roubar bolsas”, aponta.

Moradora que preferiu não se identificar afirma que às terças-feiras a praça do bairro fica tomada por pessoas que fazem barulho por toda a madrugada. “Há um tempo isso não acontecia, mas hoje em dia em todo lugar está assim”, lamenta.

Em nota, a Polícia Militar informa que a proximidade do bairro com a área de divisa realmente facilita a fuga de criminosos após o cometimento de delitos. Além disso, a PM afirma que realiza patrulhamento ostensivo e preventivo, conforme análise de indicadores criminais da área, que integra o CPP (Cartão de Prioridade de Patrulhamento). 

Os índices criminais das vias citadas, de agosto até 7 de novembro, registraram apenas um boletim de ocorrência relativo a crime contra o patrimônio. “O objetivo é o de realizar o combate a possíveis ações criminosas contra o patrimônio, entre outros crimes, utilizando-se de bloqueios, ações de presença para o combate à criminalidade”, diz a nota da Polícia Militar.