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Green Day comanda divertida anarquia em São Paulo

Passagem única pela Capital na sexta-feira viajou pela carreira da banda

Luís Felipe Soares
04/11/2017 | 11:31
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Divulgação


Apesar de contar com três integrantes principais, o Green Day sabe como fazer barulho e comandar um show. Claro que alguns músicos de apoio também sobem ao palco, mas Billie Joe Armstrong (voz e guitarra), Mike Dirnt (contrabaixo)e Tré Cool (bateria) são a energia que move a banda norte-americana formada há 30 anos e ainda se destacam em apresentaçoes ao vivo.

O grupo norte-americano voltou ao Brasil com a Revolution Radio Tour, em divulgação do álbum Revolution Radio (2016). Após passagem pelo Rio de Janeiro na quarta-feira, o trio agitou na noite de sexta-feira o público que compareceu em peso a Arena Anhembi, em São Paulo. Foram cerca de duas horas e quarenta minutos nos quais a mescla entre punk e pop que tem marcado a carreira da banda se provou eficiente, principalmente para um público majoritariamente não mais tão adolescente quanto se imagina.

A abertura, às 22h, ficou por conta da agitada Know Your Enemy, com sequência que ainda trouxe as recentes Bang Bang e Revolution Radio. Já na lista de favoritas do público, Holiday marcou o momento inicial. Essa mescla de faixas lançadas em diferentes momentos da trajetória do grupo se manteve ao longo da noite, fazendo do show espécie de melhores momentos do que já produziram até hoje, com destaque para o popular material do disco American Idiot (2004). Entre as ausências, ficaram de fora da passagem pela Capital She e Wake Me Up When September Ends.

Parte do segredo das turnês do Green Day é saber como preparar um setlist balanceado. A organização preparada pelo trio, assim como ocorreu em sua última passagem pelo País, em 2010, encontra os momentos certos de apresentar novidades e músicas antigas menos conhecidas com poderoso hits. Sao momentos de picos de agitação ordenados a minutos que podem servir de descanso, mas que conseguem manter a atenção do público. "Não precisamos do Facebook nem das redes sociais. Temos que aproveitar o aqui e o agora", disse Armstrong em um dos vários momentos de interação com a plateia.

Enquanto os norte-americanos desfilavam músicas como Youngblood, When I Come Around, Welcome To Paradise, Minority, Are We The Waiting e St. Jimmy, pessoas de diferentes gerações pareciam se divertir ao máximo. O pequeno Pietro Cacioli Bonicio, 10 anos, de São Bernardo, acabou por se tornar mascote temporário de turma de homens dispostos a gastar muita energia em rodas de 'bate-cabeça'. Acompanhado dos pais, prestava muita atenção no que ocorria no palco e na movimentação da pista. "Curti muito. O mais legal foi ter sido levantado e jogado para cima", comentou o menino, que também teve vários pedidos de selfie com os novos amigos mais velhos durante o show.

Talvez a união de Pietro com outros fãs de diferentes tipos seja um símbolo do tipo de imagem híbrida que o Green Day tem construído nas últimas décadas, tanto em som, aparência e atitude. "Gosto dos bizarros e dos estranhos, por que aqui podemos nos sentir nós mesmo", comentou o vocalista no meio de medley entre canções como King For A Day, Shout, (I Can't Get No) Satisfaction, Break on Through (To the Other Side) e Hey Jude. A impressão deixada é que o trio comanda uma divertida anarquia momentânea, com a faixa final Good Riddance (Time Of Your Life) perguntando aos presentes se conseguiram curtir sua vida ao menos naquela noite.
 




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