Tornou-se rotina o atraso na entrega dos uniformes escolares para alunos da rede pública. Em incontáveis ocasiões e em várias cidades do Grande ABC, os estudantes tiveram acesso às peças de roupas e calçados muito além do início do ano letivo. Ou sequer receberam, obrigando pais a se virarem para vestir os filhos antes de mandá-los à escola.

Em muitos casos, o prefeito se vê de mãos atadas, pois o processo de compra é barrado em razão de recurso impetrado por empresa que perdeu a licitação, mas não aceitou o resultado. Aí, o que já era demorado fica ainda mais lento, penalizando principalmente a parte mais fraca, que são as crianças.

Diante disso, torna-se extremamente interessante a proposta do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), de distribuir vale de R$ 200 para que a família do estudante possa comprar as vestimentas, ao invés de o poder público fazer a aquisição e depois a distribuição.

Além de tornar o processo mais rápido e desburocratizado, poderá gerar receita na própria cidade, pois cada um irá escolher a confecção de sua preferência, que pode estar dentro do município. No caso de a operação ser assumida pelo Executivo, nem sempre a empresa dona da proposta vencedora está estabelecida na cidade.

Poderá ainda evitar questões pontuais, como a entrega em tamanho diferente do que a criança usa, ou de qualidade inferior ao que foi acertado. Até o atraso na chegada das peças por conta do fornecedor, que é uma das justificativas dadas pelas prefeituras quando são cobradas pela ausência de uniforme, será sanada.

O repasse do dinheiro deve ser fiscalizado para que não seja gasto com outras coisas. Entretanto, é uma grande alternativa para solucionar uma questão que aflige a quase totalidade da região. Os demais prefeitos e até o Consórcio Intermunicipal precisam acompanhar com atenção o que acontece em São Caetano. Se vai funcionar, só o tempo dirá. Porém, é certo que o modelo atual é falho, lento e dispendioso.