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Câmara derruba 2ª denúncia contra Temer, com menos votos

Nova acusação contra presidente é arquivada com apoio de 251 deputados, 12 a menos do que 1º caso

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
26/10/2017 | 07:03
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Antonio Cruz/Agência Brasil


Com menos votos favoráveis ao presidente Michel Temer (PMDB) e após horas de discussão, a Câmara dos Deputados derrubou ontem, mais uma vez, a segunda denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o peemedebista. Votaram contrários ao prosseguimento da investigação 251 parlamentares, enquanto que 233 concordaram que o peemedebista virasse réu no STF (Supremo Tribunal Federal) – foram 25 ausências e duas abstenções. Para que isso ocorresse, porém, eram necessárias 342 adesões.

A ala que votou favorável ao parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que sugeriu o arquivamento da denúncia, foi menor que o quadro de 2 de agosto, quando a Casa derrubou a primeira denúncia apresentada ao STF pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Naquela ocasião, ajudaram a arquivar o inquérito contra Temer 263 deputados – 12 a mais que o cenário observado ontem.

A sessão terminou por volta das 22h, mas os governistas passaram praticamente oito horas tentando reunir o número mínimo de parlamentares para garantir quórum e impedir que a votação fosse adiada. Os deputados da oposição, por sua vez, resistiam em registrar presença no plenário e atrasaram a votação. O quórum (342 deputados) só foi atingido por volta das 17h.

Após a sessão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que citou o regimento interno da Casa para não votar, falou em dar andamento à agenda econômica desenhada pelo Palácio do Planalto, mas ressaltou o “foco nas políticas sociais”.

Ele comentou ainda sobre divergências públicas com o governo. “Consigo separar a questão pessoal da política. Nunca interferi para ajudar ou atrapalhar o andamento denúncia”, afirmou.
Temer foi denunciado pelo ex-chefe da PGR Rodrigo Janot, em 14 de setembro, por obstrução de Justiça e participação em organização criminosa. Também foram arrolados na denúncia os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-geral da Presidência).

DENÚNCIA
Assim como a primeira denúncia, a segunda acusação se baseou na gravação de conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, na noite do dia 7 de março, no Palácio do Jaburu. No encontro, o executivo relata a Temer ter cometido diversos crimes, como subornar um procurador da República e comprar o silêncio de Lucio Funaro, tido como operador do PMDB no esquema, e do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Durante a sessão, militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) promoveram manifestação contra o presidente na Avenida Paulista, na Capital. (com Agências)

Vicentinho e Alex voltam a defender abertura de inquérito

A bancada de deputados federais do Grande ABC se uniu para tentar fazer avançar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), embora o plenário da Câmara tenha votado a favor do relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que defendeu o arquivamento da acusação.

O parlamentar Alex Manente (PPS), de São Bernardo, foi o primeiro a votar ontem. Ressaltou a “coerência” de seu posicionamento sobre temas nevrálgicos na Câmara, como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a primeira acusação contra Temer.

Ao Diário, no fim de setembro, o popular-socialista já avisou que iria apoiar as investigações contra o chefe da Nação, denunciado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.

“Da mesma maneira que votei pelo impeachment da Dilma, seria incoerente da minha parte não votar pelo prosseguimento das investigações. Você não está impeachmando o presidente, apenas liberando o Supremo (Tribunal Federal) para iniciar processo de investigação das denúncias formuladas e que têm muita robustez jurídica”, disse Alex, na ocasião.

O deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), com base eleitoral em São Bernardo, mas filiado em Diadema, reforçou o discurso contra Temer. Declarou seu voto aos trabalhadores do campo, aos negros e ao povo quilombola. 




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