Faz tempo que o Grande ABC mudou seu perfil econômico. O polo industrial que outrora gerou empregos – principalmente na produção de veículos – e atraiu milhares de pessoas, teve de se moldar aos tempos da economia globalizada. A chegada ao País de novas marcas de carros e caminhões e o advento de tecnologias mais avançadas resultaram no crescimento dos setores de serviços e comércio.

Segmentos esses que ganharam protagonismo na geração de riquezas e tornaram-se importantes para o desenvolvimento local. O que mostra que a região consegue reagir às mudanças, adaptar-se à realidade e seguir em frente, mantendo-se como um dos principais centros produtivos do País.

Estar atento às transformações é condição fundamental para o sucesso em qualquer negócio. Perceber rapidamente as oportunidades e delas tirar proveito é a diferença entre o sucesso e o naufrágio de todo empreendimento. Ousar é sempre necessário.

A projeção da Ceasa (Central de Abastecimento) Grande ABC de atrair a metade dos atuais fregueses da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), que vai mudar de endereço após 51 anos estabelecida na Vila Leopoldina (Capital), é pura ousadia. Trata-se de buscar clientela 24 vezes maior do que a atendida nos dias atuais, passando de um fluxo diário de 1.000 pessoas para 24 mil. E, consequentemente, elevar o volume de alimentos comercializados.

O espaço andreense pretende figurar como melhor alternativa à futura localização da Ceagesp, que pode ser Perus (Zona Norte de São Paulo) ou Suzano (Grande São Paulo). Tem a seu favor a proximidade com importantes rodovias, que levam ao Porto de Santos.

Colocar a Ceasa definitivamente na rota dos comerciantes que compram na Ceagesp demanda investimento – que pode até vir de uma PPP (Parceria Público-Privada) – e muito trabalho. Porém, com excelentes perspectivas, pois as 13 toneladas de alimentos vendidas a cada mês por aqui equivalem praticamente ao movimento de um dia no Ceagesp.