Economia Titulo Programe-se
É possível poupar para as crianças desde seu nascimento
Flavia Kurotori
Especial para o Diário
12/10/2017 | 07:26
Compartilhar notícia


Pensar no futuro dos filhos não é tarefa fácil. Gastos com estudos, primeiro carro ou a viagem dos sonhos requerem planejamento financeiro, e poupar desde o nascimento da criança é saída para não pesar no bolso. Investir em previdência privada, títulos de renda fixa e debêntures são opções vantajosas ao pensar no longo prazo, e que exigem baixo aporte inicial.

O administrador de empresas de São Bernardo Osvaldo Ferreira Júnior, 48 anos, aplica cerca de R$ 400 mensalmente na previdência privada desde quando sua filha Lorenza, 10, nasceu. “Se sobra um pouco (de dinheiro) no fim do mês, também guardamos”, conta. A quantia ainda não tem destino certo, porém, o pai ressalta que a prioridade é assegurar a educação da menina.

Caso não seja possível guardar quantias desde os primeiros dias de vida do filho, dica é começar o quanto antes. Por serem opções para planejamento longo, de pelo menos dez anos, a boa notícia é que a quantia pode ser diluída em pequenas doses. “É só deixar de tomar um café por dia”, comenta o educador financeiro e fundador da Academia do Dinheiro, Mauro Calil. Supondo que o cafezinho custe R$ 4, em um mês serão R$ 120 e, em um ano, R$ 1.440.

A partir de R$ 25 é possível contratar planos de previdência privada. Dentre os benefícios estão o abatimento no IR (Imposto de Renda), caso a opção seja pelo PGBL (Programa Gerador de Benefício Livre), além da tributação ser regressiva, podendo passar de 27,5% – alíquota máxima – para 10% em dez anos. Calil destaca que este tipo de investimento é voltado a pessoas mais conservadoras ou que desejam que a aplicação esteja no nome da criança.

Nesta modalidade, é possível escolher entre fundos conservadores e arrojados. “O primeiro possui menos oscilações e, por serem títulos de renda fixa, mantêm a rentabilidade. No segundo, o retorno é maior, porém, é mais volátil”, explica Sandro Bonfim, superintendente de produtos da BrasilPrev.

Com R$ 100, fundos de debênture incentivadas são opção com maior benefício, avalia Calil. Trata-se de título privado de renda fixa emitido por companhias ligadas a projetos de infraestrutura, como rodovias, aeroportos e hidrelétricas. Tais papéis funcionam como espécie de empréstimo da pessoa física ao banco, e o rendimento será conforme taxa pré-fixada ou segundo a TR (Taxa Referencial) e TBF (Taxa Básica Financeira).

Se a pessoa dispõe de valores acima de R$ 500, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) também é alternativa. O funcionamento é similar à debênture, entretanto, a diferença é que os papéis são emitidos por instituição financeira.

Em ambos, os tributos são cobrados regressivamente, ou seja, no início serão de até 27,5% e, a partir de dois anos, podem passar a 15%.

POUPANÇA - A tradicional caderneta de poupança, apesar de não possuir taxas de administração nem recolher IR, pode não ser a melhor modelo de investimento no longo prazo, além de o valor poder ser sacado a qualquer momento. Para se ter ideia, para o período de 15 anos, com aporte de R$ 100 por mês e rendimento mensal médio de 0,5%, seria possível resgatar R$ 29,5 mil.

Já aplicações do mesmo valor e prazo em debêntures ou CDB, que rendem 0,75% ao mês, a quantia acumulada poderá chegar a R$ 38,5 mil. Todavia, é importante ressaltar que, nestas modalidades, há incidência de IR, IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) e taxas administrativas.

Mesmo assim, Calil acha que vale a pena. “Investir na poupança no longo prazo é perder dinheiro.” 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;