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Neurociência impacta futuro da Saúde
Do Diário do Grande ABC
10/10/2017 | 09:37
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Artigo

O cérebro humano talvez seja o sistema mais complexo do universo, pois pode orquestrar comportamentos sofisticados e pensamentos, como linguagem, uso de ferramentas, pensamento simbólico, consciência e aprendizado cultural. De intrincadas redes no cérebro surgem extraordinárias obras de arte tecnológicas e artísticas, mas a sofisticação tem preço elevado.

Alterações sutis no desenvolvimento precoce podem levar a distúrbios neurológicos, como o autismo e/ou esquizofrenia. Para encontrar pistas sobre essas alterações, eu e minha equipe de pesquisadores estamos trabalhando com a abordagem BMT (Brain Model Technology), ou seja, o que temos hoje é a tecnologia necessária para reproduzir modelo de cérebro humano em placa de laboratório, gerando, assim, modelos experimentais capazes de traduzir de maneira muito mais fiel a realidade desses indivíduos.

Utilizando esses ‘minicérebros’, temos mostrado que os neurônios derivados de indivíduos com autismo são diferentes daqueles derivados de pessoas neurotípicas. Com o mesmo modelo, também pudemos testar como fatores ambientais, como o zika vírus, por exemplo, podem causar microcefalia e outros defeitos congênitos.

Em nossa plataforma, os minicérebros são produzidos em laboratório a partir de células-tronco de pacientes, sendo capazes de recriar com muito mais fidelidade as etapas do desenvolvimento neural. Esta tecnologia é um dos mais fantásticos avanços na área da medicina e é vista atualmente como grande oportunidade de desvendar possíveis tratamentos para doenças neurológicas consideradas hoje incuráveis.

Isso porque, a partir de estudos através dos minicérebros, é possível capturar o material genético de cada indivíduo a fim de investigar como suas mutações levam a quadro clínico específico e buscar, com isso, novas abordagens para reverter o processo com tratamentos farmacológicos, com potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Desta forma, as pesquisas realizadas com os minicérebros trarão avanço revolucionário para a medicina nos próximos anos. A grande vantagem desse processo é que começamos a abrir possibilidade viável para o teste de fármacos, sem utilizar o próprio paciente e, mesmo assim, conseguindo definir tratamento mais adequado para cada indivíduo. Assim, em futuro próximo, médicos poderão testar vários medicamentos, bem como suas doses, no minicérebro de pessoa antes de prescrever receita, gerando forma de medicina personalizada para cada paciente.

Alysson R. Muotri é biólogo molecular, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia e chefe científico da startup de biotecnologia Tismoo.

Palavra do leitor

Armados
As críticas à Constituição norte-americana, que permite a aquisição e o porte de armas de fogo, são vozes correntes em grande parte de nossa mídia, que, infelizmente, parece não fazer a lição de casa ao não se atentar às estatísticas sobre o assunto. Rápida olhadela em sites específicos mostra que, apesar de a população norte-americana possuir quase 17 vezes mais armas que a brasileira, a taxa de óbitos por arma de fogo lá é 3,7 vezes menor. Parece que aquela expressão popular que diz ‘macaco que não olha o próprio rabo’ se aplica muito bem a essa parcela de nossa mídia.
Vanderlei A. Retondo
Santo André

Esfolado
Tive a infelicidade de, nesses dias, passar em dois postos de gasolina em importante via de Santo André, ligação com a Via Anchieta, coincidentemente os dois da mesma bandeira (uma concha), e provavelmente do mesmo proprietário, cerca de 100 metros um do outro. No primeiro a gasolina estava R$ 3,99, um tanto caro em relação a outros estabelecimentos. Perguntei ao frentista sobre o etanol. Afirmou-me que o simples estava na bomba de trás, num gesto descarado de má intenção, pois você desiste da gasolina e ele coloca etanol aditivado. Desisti da compra e segui em direção ao da frente, o último da avenida até a Via Anchieta. Pasmem, R$ 4,40 o litro da gasolina. Claro que o proprietário, sabendo que é o último até a citada via, simplesmente esfola o consumidor. Tenho fé que ainda um dia alguém abrirá a caixa-preta do cartel de vendas de combustíveis no Brasil. Os órgãos de fiscalização, por sua vez, não dão conta de tantas falcatruas e nós, os mortais, que pagamos as contas da viúva e os descalabros de comerciantes mal-intencionados, ficamos reféns desse cartel.
Roberto Gomes da Silva
Santo André

Omissão
Tudo indica que o caminho optado pela Igreja Católica colaborou para revoada de parte de seu rebanho para outras denominações religiosas. A omissão no cumprimento de seu papel na sociedade em defesa do povo menos privilegiado é visível, enquanto nas décadas de 1970, 1980 sua presença nos movimentos sociais muitas vezes foi definitiva para grandes conquistas, por isso a importância da igreja ao lado dos que estão marginalizado pelo Estado. A presença da igreja nos conflitos sociais como mediadora é ato de solidariedade ao povo menos favorecido. Em avaliação comparada a outro momento histórico, a instituição encastelou-se e aí a luz apagou, a festa acabou e o povo sumiu.
Gércio Vidal
São Bernardo

Nuzman
É impressionante como no Brasil as nossas autoridades não reconhecem o mérito, os valores pátrio e desportivo dos nossos atletas! Veja o que estão fazendo com o nosso grande e dedicado atleta Carlos Nuzman, trancafiado na cadeia, esquecendo que ele começou como grande jogador de voleibol e terminou a sua vida desportiva no xadrez. E agora?
Benone Augusto de Paiva
Capital

Poder moderador
O confronto do Senado com o Supremo Tribunal e a denúncia do chefe do Executivo exteriorizam a falta que nos está fazendo de um poder moderador como aquele que, no império, foi exercido por D.Pedro II e, no governo militar, pela Escola Superior de Guerra. E esse poder moderador, hoje, há de caber ao Supremo Tribunal e não às Forças Armadas como muitos sugerem. O certo é que não podemos mais conviver com a loucura dessa presunção ilimitada de inocência insculpida no artigo 5º da Cidadã, que garante não apenas plena liberdade como o exercício do poder por condenados por crimes dolosos que, em todo o mundo civilizado, priva o agente de direitos e de liberdade, impedindo-o de recorrer em liberdade, como entre nós até a alteração do Código de Processo Penal. Tenho para mim que essa presunção, na prática, consuma verdadeiro summum jus summa injúria.
Nevino Antonio Rocco
São Bernardo

Malandragem
Aos poucos o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai implantando o voto biométrico nas urnas para os próximos pleitos no País! Para tal, está em curso amplo cadastramento biométrico dos 146 milhões de eleitores! E dentre os 64 milhões já cadastrados, 25 mil títulos de eleitores se verificaram duplicados e até múltiplos. Como de um cidadão, conforme informa o TSE, que tinha 52 títulos de eleitor. Com esta fraude, além de poder votar 52 vezes, também poderia se beneficiar de vários pagamentos do Bolsa Família e benefícios do INSS. O que se comprova crime de falsidade ideológica! Portanto esse cadastramento vai ajudar a eliminar fraudes, ou malandragem, de milhares de eleitores.
Paulo Panossian
São Carlos (SP)
 




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