A venda de materiais básicos para construção - como cimento, caixas d'água e telhas - garantiu às redes que atuam neste setor incremento de 9,6% no faturamento no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, aponta a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção).

A meta para 2010 é crescer 11% e ultrapassar a casa dos R$ 50 bilhões de faturamento. Em julho, os 138 mil estabelecimentos de material para construção registraram avanço de 4% no desempenho em relação ao mês anterior, que apresentou a primeira queda nas vendas no período de 15 meses.

Já na comparação com igual período de 2009, o aumento chegou a 8,5%. A expectativa do presidente da entidade, Cláudio Elias Conz, é de que até novembro haja uma corrida às lojas, visto que a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) termina em 31 de dezembro.

"O ideal é que as pessoas antecipem a compra dos materiais. Com a volta do imposto, os produtos vão ficar 8% mais caros", diz Conz. A negociação para a redução permanente do IPI voltará apenas com o novo governo.

VOLUME
Segundo o executivo da Anamaco, o número de famílias que iniciaram a construção de casas neste ano é grande, tanto que a procura por cimento cresceu 20% nos primeiros seis meses do ano. Telhas e caixas d'água de fibrocimento tiveram desempenho nas vendas 8,8% superior ao mês de junho.

O volume de tubos e conexões de PVC vendidos também registrou incremento de 4,7% no mês passado e o segmento de argamassas e rejuntes contabilizou 6%.

Isso porque o financiamento para construção com recursos da poupança aumentou 77% no semestre, totalizando R$ 23,8 bilhões, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). "Têm muitos imóveis usados sendo comprados. As pessoas recorrem diretamente às lojas de material para construção", pontua Conz.

 
Lojas fazem promoção para baixar estoque

Para ajustar o estoque adquirido para os meses de junho e julho, grandes redes de material para construção realizam nesta semana ações promocionais com descontos que vão até 50%. As empresas também fizeram negociações especiais com fornecedores para garantir itens em diversos segmentos com preços mais atrativos.

Segundo Jorge Gonçalves Filho, diretor-geral de uma rede paulista, este é o momento para começar a atrair os consumidores interessados em reformar a casa para o fim do ano.

"Teremos descontos agressivos em pias de inox, tintas, revestimentos, louças sanitárias e pisos". Os desconto nos produtos chegam a 50%.
Outra varejista foca campanha mensal no estoque de 2,5 milhões de metros quadrados de pisos e revestimentos, resultado de negociais especiais. Esticar a promoção de Dia dos Pais até o dia 18 é a estratégia de outra concorrente, que colocou em oferta 50 itens. A meta é vender 20% a mais.

O presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), Cláudio Elias Conz, diz que o tempo seco ideal para reforma e construção e o pagamento do 13º salário tornam o segundo semestre responsável por 60% do faturamento do setor. (Alexandre Melo)