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Cães ajudam no trabalho da polícia
Mário César de Mauro
Do Diário do Grande ABC
09/03/2002 | 18:38
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O maior confronto entre policiais e criminosos já registrado em rodovias estaduais de São Paulo, ocorrido na região de Sorocaba na última terça-feira, matou 12 supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e levou à prisão de um criminoso da mesma quadrilha. O integrante do grupo capturado vivo fugiu da emboscada planejada pelos comandos da Polícia Rodoviária e de Choque da PM, mas não escapou, horas depois, do faro de uma cadela da raça rottweiler chamada Egar, do Canil do 35º Batalhão do Interior, em Campinas. O desempenho da cachorra trouxe à tona o trabalho desenvolvido pela PM nos 21 canis setoriais, espalhados na Grande São Paulo e interior, e no Canil Central, no Jardim Tremembé, na capital, subordinado ao 3º Batalhão de Choque. Ao todo, são 420 cães adestrados que trabalham em serviços operacionais e em demonstrações.

A cadela Egar encontrou no meio da mata de uma rodovia de Salto o fugitivo da Penitenciária de Sorocaba Genivaldo Misael Castilho. Ele estava armado e ainda usava a Saveiro vermelha clonada que escapou da emboscada montada pela polícia na praça de pedágio da rodovia Senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho (SP-79).

Castilho se escondia depois de ter seqüestrado um policial rodoviário na fuga da emboscada. Em função de seu faro aguçado, Egar indicou a localização do criminoso e permitiu que os policiais o prendessem.

Como Egar, centenas de outros cães do Canil da PM são treinados para executar diversos tipos de trabalho em apoio a policiais em operações. Um cão de guarda adestrado pode valer cerca de R$ 1,5 mil, embora a PM não os comercialize. A maioria é da raça pastor alemão, mas labradores e rottweilers também fazem parte da polícia. Cada uma das raças se adapta a um determinado tipo de serviço (leia reportagem ao lado).

De acordo com o comandante interino do Canil Central, o tenente Joel Marcos Luna, os cães se somam ao contingente das equipes e também são considerados mais uma arma a ser usada. “Trabalham no policiamento, dentro de viaturas adaptadas, como mais um homem, ou são armas quando estão nas guias com os adestradores”, disse.

O adestramento básico dos cães varia de quatro a seis meses, dependendo do animal. Nessa fase, os cães aprendem a obedecer aos diversos comandos de ataque e defesa ensinados pelo adestrador, que é um policial militar. Nos seis meses seguintes, os animais passam por treinamentos avançados e se especializam em determinados trabalhos, além da já aptidão para demonstrações.

O trabalho considerado mais completo é o de busca de pessoas na mata. O animal deve conciliar adestramento, faro e resistência. Existem os cães que somente trabalham com o faro. São treinados para farejar drogas e explosivos. “Normalmente, o adestramento básico para os cães farejadores não é tão forte, para que permaneçam à vontade, soltos. O trabalho de localização de drogas ou explosivos faz parte de uma brincadeira para eles”, disse Luna.

Os cães policiais também atuam no combate do que a polícia classifica como CDC (Controle de Distúrbios Civis), como greves e manifestações, além do controle de rebeliões e fugas de presos. Sua vida útil é de, no máximo, oito anos de idade ou seis anos de serviço.




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