Setecidades Titulo Jardim Casa Grande
Sem-teto completam dez meses em viela de Diadema

Situação de área no Jardim Casa Grande se agravou e grupo de 20 pessoas se divide em cinco barracos improvisados

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
06/09/2017 | 07:07
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC


 Cenário de viela localizada em frente à esquina das ruas Inco e Francisco Romeiro, no Jardim Casa Grande, em Diadema, tem piorado a cada dia. O local, há dez meses ocupado por quatro adultos e uma criança, agora abriga cinco moradias improvisadas, onde vivem cerca de 20 pessoas. Embora o Diário já tenha denunciado a situação precária a que estão submetidos os moradores, a Prefeitura nada fez para solucionar a questão.

O espaço não oferece condições mínimas de higiene aos ocupantes. Além de toda a sujeira acumulada pelos próprios moradores nas moradias improvisadas com madeira e lona, itens básicos como fogão e panelas estão em situação degradante e tomados por ferrugem. Para piorar, o consumo de drogas no local é algo comum.

Um dos ocupantes da área é Leonan Moreira Passos, 30 anos, usuário de crack que, há oito meses saiu da prisão, onde cumpria pena desde 2008. Por não ter onde viver, improvisou moradia junto à mulher, que suspeita estar grávida. “Faço meus bicos para tentar me manter, assim como a minha mulher, que está acordando e vomitando há três dias”, lamenta ele, que recolhe recicláveis para tentar tirar o sustento diário.

Outro rapaz que ocupa o espaço é o catador de recicláveis Jonis Chaves de Sousa, 33. Apesar de sua família ter moradia em São Bernardo, ele revela que fica na viela para pegar entulho do bairro e conseguir vender. Também usuário de crack, ele contou que os moradores do entorno levam comida e sempre ajudam. “Aqui é melhor do que dormir na rua. Com a grana que conseguimos com os recicláveis, a gente come, compra cachaça e cigarro. Eu uso crack, às vezes cheiro um pó. Aqui só tem ‘noia’, tudo ‘crackeiro’, mas eu já trabalhei”, relata.

Devido à ocupação da viela, a dona de casa Rosana de Sousa, 43, moradora do bairro, destaca ter medo de passar pelo local. Mãe de dois jovens, de 12 e 16 anos, ela considera que a situação é constrangedora e deveria ser resolvida. “Meu marido não deixa a gente passar por ali. Se tenho de fazer alguma coisa, dou a volta. Nunca vi a Prefeitura aqui. Dá medo, porque eles estão usando drogas e aqui tem criança.”

Em nota, a PM (Polícia Militar) afirmou que intensificou patrulhamento para coibir práticas delituosas no local. Conforme a corporação, o fato já foi relatado à Secretaria de Assistência Social “por se tratar de um problema de Saúde pública”. A Prefeitura de Diadema não se pronunciou até o fechamento desta edição.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;