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Clima seco motiva uma queimada por dia no Grande ABC

Região contabilizou 183 casos no primeiro semestre, número 37,11% menor do que em 2016; ação humana é principal causador do problema

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
05/09/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Os períodos de clima seco registrados no primeiro semestre motivaram a ocorrência de 183 queimadas no Grande ABC, o equivalente a um caso por dia. Embora o número seja 37,11% menor do que o observado no mesmo período do ano passado – foram 291 acidentes de janeiro a junho de 2016, conforme o Corpo de Bombeiros –, os prejuízos causados pelo problema, sejam eles ambientais ou à saúde humana, chamam atenção para a necessidade de se evitar práticas causadoras dos incêndios.

O fator climático, aliado ao lançamento de bitucas de cigarros e de palitos de fósforo, são tidos como pontos principais para a ocorrência das queimadas. “O que gera muito esse tipo de ocorrência é a ação humana. A vegetação está seca e jogam bituca de cigarro ou colocam fogo em lixo”, salienta o tenente Fabricio José Salomão, do 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros.

O professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Metodista de São Paulo Carlos Henrique Andrade de Oliveira pontua que falta informação para elevar os níveis de consciência da população. “Ainda há muitas pessoas que continuam com práticas que degradam o ambiente natural, como as queimadas de vegetação com a justificativa de ‘limpar o terreno’”, fala.

“Uma queimada elimina a vegetação; compromete o habitat de diversos animais, matando vários indivíduos de diversas espécies, inclusive; prejudica a qualidade do solo, ressecando-o e levando à perda de nutrientes e ao consequente empobrecimento; e, causa prejuízos ar, em consequência do aumento significativo de material particulado e em suspensão. Os efeitos negativos sobre a saúde humana são enormes”, destaca Oliveira.

Quanto ocorrem às margens de rodovias, as queimadas podem trazer consequências fatais. Exemplo pode ser observado no acidente com 38 veículos e que deixou duas vítimas fatais e 20 feridos na semana passada, em Jacareí, no Interior do Estado. Motoristas envolvidos na tragédia da Rodovia Carvalho Pinto e a Polícia Rodoviária Estadual relataram que havia queimada em mato na lateral da via, o que impediu a visualização da pista.

No SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), de janeiro a julho de 2017, a Ecovias registrou 95 focos de incêndio às margens de rodovia – número 43% menor do que o observado no mesmo período do ano passado, quando foram 168 casos.

No Trecho Sul do Rodoanel – que passa por Santo André, São Bernardo, Mauá e Ribeirão Pires –, a SPMar contabilizou 89 queimadas dentro da faixa de domínio nos sete primeiros meses e 139 no mesmo período de 2016.

O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) informou que na Rodovia Índio Tibiriçá não houve registros de queimadas. As concessionárias afirmam que atuam com ações de conscientização a motoristas e comunidades do entorno.




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