Diante da pressão de Michael Schumacher, frustrado por um início de campeonato não condizente com sua posição de heptacampeão mundial, a Ferrari decidiu lançar no próximo domingo em no GP de Barein o F2005, novo carro da escuderia italiana, mesmo não tendo tido tempo para comprovar a confiabilidade do novo modelo.
O anúncio foi feito pelo diretor-geral da Ferrari, Jean Todt, que garantiu que o novo carro “estará na pista na próxima corrida”. As previsões anteriores davam conta de que o lançamento do modelo F2005 seria apenas na quinta corrida da temporada - o Grande Prêmio da Espanha.
Até agora o time italiano contava com o F2004M, o modelo modificado que dominou o campeonato de 2004 ao ganhar 15 das 18 provas disputadas. Mas a escuderia se vê obrigada a lançar logo o novo carro para tentar acabar com os maus resultados. "A temporada é muito longa e esta é a razão pela qual pensamos em apresentar o F2005 mais tarde, como melhor solução", afirmava o diretor-técnico da Ferrari, Ross Brawn, ao mostrar o novo modelo, em fevereiro.
O suspense não resistiu a dois fracassos. No ano passado, nesta mesma época, o time italiano já somava 33 pontos. Em 2005, a Ferrari está na quarta colocação no mundial de Construtores, com 10 pontos (os oito de Rubens Barrichello em Melbourne e os dois de Schumacher em Sepang), enquanto a líder Renault soma 26.
Apesar de ter seu lançamento adiantado, Todt destacou que "os testes realizados confirmaram o potencial do novo carro". "Alegra-me enormemente a decisão de usar o novo carro na próxima corrida. Já a partir das primeiras voltas tive excelentes sensações", afirmou o heptacampeão mundial Schumacher.
"Com o F2005, podemos enfrentar de verdade os nossos adversários", assegurou Rubinho, acrescentando que o novo modelo é "particularmente excepcional" nas curvas de grande velocidade.
Mas duas interrogações vêm esfriar o entusiasmo geral: a confiabilidade do motor e a eficácia dos pneus Bridgestone.
É certo que o F2005 é um segundo mais rápido que o F2004M, mas, de acordo com Brawn, é necessário que o motor agüente a distância. Em seu primeiro teste, no último dia 22 de março, Barrichello teve que cortar o contato depois de 495 km devido a problemas no motor. Pelo novo regulamento, o motor deve suportar pelo menos dois grandes prêmios seguidos.
Em relação aos pneus, o forte calor de Sepang evidenciou a lentidão da Bridgestone, que equipa apenas a Ferrari. Nem os pilotos nem Todt quiseram criticar publicamente o fabricante japonês pelos maus resultados deste início de temporada, mas fica claro que resultados ruis suscitarão uma caça as bruxas na equipe.