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E quando os heróis entram em crise?

No estilo nonsense, 'Anti-Comics' leva grandes
‘mitos’ das HQs ao palco do Teatro Lauro Gomes

Marcela Munhoz
15/08/2017 | 07:00
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Daniela Coen/Divulgação


 Herói também pode ter conta vermelha no banco, duvidar de seus próprios poderes e, simplesmente, detestar a função de salvar a Terra de seu fim. Pelo menos é assim – muito mais humanos – que Mulher Maravilha, Batman, Robin e Super Homem aparecem em Anti-Comics – Desconstruindo Super-Heróis. A comédia é opção de sábado no Teatro Lauro Gomes, às 21h, em São Bernardo.

"São personagens de HQs que fazem parte do nosso imaginário desde sempre. Quem tem entre seus 50, 60 e 70 anos cresceu vendo séries da televisão e, agora, existem essas grandes produções. Mas são heróis norte-americanos. A autora Sonia Daniel quis latinizar e subverter essa regra humanizando essas figuras. É uma crítica à sociedade, que exige das pessoas a serem cada vez melhores, mais ‘super’”, explica do Diário o diretor Augusto Marin.

A montagem – coprodução internacional entre a Commune de São Paulo e o Centro Cultural Maria Castaña, de Córdoba, Argentina, com recursos do instituto espanhol Iberescena – é formada por três diferentes histórias e conta com projeção de trechos de HQs. “A Mulher Maravilha (Wilma de Souza) conta toda a sua história e se frustra por não ter conseguido se relacionar, já que ninguém consegue amar uma supermulher. Já o Super-Homem se recusa a ser o grande escolhido”, resume. Marin também faz parte do elenco, ao lado de mais seis atores.

Um deles, Henrique Taubaté Lisboa, 71 anos, interpreta o Robin, que aparece na nova casa do grande companheiro de aventuras, o Batman, vestido de Homem Aranha. “É um encontro entre eles – que estão velhos, evidentemente – nos dias atuais. A ideia é muito interessante, porque chega à beira do nonsense e discute a crise do mundo, lugar onde as pessoas estão desacreditadas, deprês e se virando como podem. Por que os heróis iam se livrar disso tudo?”, questiona.

O artista tem história aqui com a região. Taubaté fez parte de um dos primeiros grupos de artes cênicas de Santo André, o Teatro da Cidade ou EAD (Escola de Arte Dramática). “Estreamos com a peça Jorge Dandin, do Moulièr (em 18 de maio de 1968), ainda no Teatro de Alumínio. Sônia Braga fazia parte”, lembra o ator, que está feliz em se apresentar em São Bernardo. “Participei de festivais aí”, conclui.

> Anti-Comics – Desconstruindo Super-Heróis – Teatro. No Lauro Gomes - Rua Helena Jacquey, 171. Sábado, às 21h. Ingr.: R$ 10 e R$ 20 (leitores do Diário têm desconto) no www.bilheteriaexpress.com.br.




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