O Senado aprovou na sessão de ontem autorização para que a Prefeitura de São Bernardo, gerida por Orlando Morando (PSDB), contraia empréstimo externo de até US$ 125 milhões (R$ 394 milhões na cotação de ontem), com garantia do governo federal, para financiar obras paradas de infraestrutura urbana.

Ao Diário, Morando explicou que os recursos vão ser aplicados na conclusão de obras inacabadas, herdadas da gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), como o Corredor Leste-Oeste, via que ligará os extremos da cidade – foi orçado em R$ 418 milhões –, cuja intervenção está paralisada desde o ano passado. O empréstimo também financiará, segundo o prefeito, projetos na área de saneamento, com implantação de sistema de drenagem para evitar alagamentos no Centro e na região da Vila Vivaldi.

O aval dado ontem pelos senadores, em plenário, era a última autorização que o município necessitava para iniciar o processo de obtenção do crédito. A aprovação no Congresso Nacional se faz necessária por se tratar de operação em que a União se coloca como fiadora do empréstimo. O contrato será feito junto à CAF (Corporação Andina de Fomento), que é um banco que promove empréstimos a governos e empresas de 19 países da América Latina.

A autorização do Ministério da Fazenda foi dada no mês passado. Em junho, a Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), vinculado à Pasta de Planejamento, e o Banco Central do Brasil já haviam dado permissão para a operação. O município recebeu nota de risco de classificação B por parte do governo federal.

“A princípio, a ideia era de que o empréstimo fosse contraído na Venezuela (país sede do banco), mas por conta dos acontecimentos de lá – crises política e econômica envolvendo o governo Nicolás Maduro –, pretendemos buscar um banco brasileiro”, comentou Morando, ao emendar que a conquista do empréstimo “é fundamental para salvar a capacidade de investimento do município”.

O chefe do Executivo esteve em Brasília entre terça-feira e ontem para articular junto aos parlamentares a aceleração do processo de aprovação do crédito. A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) já havia emitido parecer, anteontem, avalizando o procedimento. “Essa rapidez (na aprovação na comissão e encaminhamento a plenário) não é natural. Eu me empenhei na articulação e, com a ajuda dos senadores Tasso Jereissati, Aloysio Nunes e José Serra (todos do PSDB), conseguimos colocar o projeto em votação”, frisou o chefe do Executivo.

Morando estima assinar o contrato entre o fim deste mês e o início de setembro.