O número de registros de estupro na região aumentou no Grande ABC. No primeiro semestre deste ano, conforme dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado, foram 185 casos, elevação de 4,52% em relação a 2016.

A delegada titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Diadema, Renata Cruppi, cita fatores sociais e econômicos para o aumento, mas, principalmente, o encorajamento para a mulher denunciar. “As subnotificações têm diminuído. Porque há uma busca maior por informações, campanhas, conversas e elas (mulheres) têm visto a possibilidade de denunciar.”

Segundo a delegada, isso também ocorre nos casos de violência sexual doméstica. “Muitos casos de estupros dentro dos lares têm surgido, praticados pelo marido, tio, irmão, vizinho, amigo próximo, o que era muito subnotificado pela vergonha e exposição da família. Isso também tem sido muito reduzido com a questão de a mulher relatar abertamente o que aconteceu.”

Outro dado preocupante é o número de estupro de vulnerável – menores de 14 anos, deficientes ou pessoas sem reflexo (geralmente em decorrência do uso de bebida ou droga) para se defender. São 117 casos neste ano, dentro do total de 185.

Questionada, a PM (Polícia Militar) respondeu que o policiamento na região é realizado com base nas estatísticas criminais. “Muitas das ocorrências são cometidas no interior das residências e, não raras vezes, por parentes próximos ou pessoas do convívio das vítimas, o que dificulta a atuação da Polícia Militar”, informou, em nota.

A SSP explicou que o Estado conta com 133 DDMs e também ressaltou a importância do boletim de ocorrência. “Uma das iniciativas para combater esse tipo de crime foi a divulgação no site dos números de estupros de vulnerável. A melhoria na qualidade dos dados propicia a elaboração de políticas públicas de prevenção.”

Além disso, a Pasta cita um protocolo único de atendimento que estabelece padrão de auxílio nos casos de violência contra a mulher, seja física ou sexual, com intuito acolher mais adequadamente as vítimas e melhorar a eficiência nas investigações e na coleta de provas. “O trabalho das polícias Civil e Militar resultou na prisão e apreensão de 3.996 criminosos no primeiro semestre deste ano, no Grande ABC”, destacou.