Política Titulo Editorial
Água e reclamações
Do Diário do Grande ABC
25/07/2017 | 13:21
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Arte/DGABC


Departamentos de reclamações das companhias responsáveis pelo abastecimento de água nas cidades do Grande ABC registraram no primeiro semestre média de 104 queixas por dia. Embora o número tenha reduzido em relação ao mesmo período do ano passado, ainda é alto para uma região que possui água doce em abundância. Portanto, deduz-se que os protestos sejam relacionados não à escassez do produto, mas à sua distribuição. 

Embora as estatísticas não sejam claras sobre as razões que motivaram as reclamações dos usuários, sabe-se que a distribuição de água em algumas cidades do Grande ABC ainda não está bem equacionada. Santo André, por exemplo, acaba de perder no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) processo em que acusava a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), da qual compra parte do produto que distribui via Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), de cobrar valores abusivos.

Divergência entre município e empresa estatal já resultou no acúmulo de passivo de R$ 3,4 bilhões, dívida cuja execução tem potencial para desequilibrar as finanças andreenses. Bem observado, toda cidade da região possui algum problema relacionado às companhias distribuidoras de água, seja parecido com o de Santo André ou relacionado à própria amplitude da rede, sempre aquém das demandas.

Sim, ainda há parcela significativa de moradores do Grande ABC que vive à margem dos dutos de água potável. Trata-se de absurdo evidente, que precisa ser enfrentado com todo rigor e empenho – mesmo que, por ficarem enterradas, tais obras não resultem em votos. Todavia, como se sabe, investir em saneamento básico é economizar milhões de reais em outras áreas, como a da Saúde.

Banhados por um dos maiores reservatórios de água doce do País, a Represa Billings, os municípios da região têm por obrigação aprimorar constantemente o sistema de distribuição. Afinal, ninguém pode morrer de sede, ou reclamar de torneira seca, ao lado de pote d’água deste tamanho.




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