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Matrículas na EJA registram queda

Ensino voltado a jovens e adultos na região tem 22.311 estudantes cadastrados neste ano, número 3,09% menor ao observado em 2016

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
20/07/2017 | 07:00
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Divulgação


O número de alunos matriculados na EJA (Educação de Jovens e Adultos) na região sofreu leve queda em relação ao ano passado: 3,09%. Conforme dados fornecidos por cinco das sete cidades (Diadema e Rio Grande da Serra não responderam) e pela Secretaria Estadual da Educação, a quantidade de estudantes que voltou à escola com mais idade passou de 23.022 para 22.311 no período.

Entre as redes municipais, o volume de alunos matriculados na EJA foi de 10.287, em 2016, para 9.031 neste ano. Apenas Santo André não consolidou os números referentes às inscrições para o segundo semestre letivo, tendo em vista que ainda oferece vagas em aberto – até 28 de agosto para o ciclo 2 (6º ao 9º ano) e até 29 de setembro para o ciclo 1 (2º ao 5º ano). Ribeirão Pires, por sua vez, passará a oferecer a EJA a partir deste semestre, com 50 vagas. Até então, apenas o Estado ofertava a modalidade no município.

No âmbito estadual, focado no 2º ciclo e no Ensino Médio, as matrículas tiveram alta de 4,28% em relação ao ano passado: passaram de 12.735 estudantes para 13.280. As aulas do Ensino Fundamental são abertas para alunos a partir de 15 anos. Já os interessados em concluir o Ensino Médio precisam ter, no mínimo, 18 anos.

Embora haja estimativa de que 36,5% da população entre as sete cidades (pelo menos 815 mil habitantes) ainda não concluíram o Ensino Fundamental, conforme o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 2010, o mais recente, as administrações ainda têm dificuldades de atrair jovens e adultos para as escolas. Além disso, existe também o desafio de manter o aluno na EJA até a conclusão dos estudos.

As taxas de evasão na Educação de Jovens e Adultos variam de 9%, em São Bernardo, passando por 14,5%, em Santo André, até 26%, em Mauá – as demais cidades não forneceram o dado. Entre os principais motivos para o abandono escolar, conforme as prefeituras e o Estado, estão a necessidade de conciliar os estudos com a carga horária de trabalho e a rotina familiar, somado a outros fatores, como baixa autoestima e conflitos familiares, por exemplo.

“Além da questão da composição do orçamento familiar, existe o problema da gravidez precoce, das drogas”, destaca a professora do curso de Pedagogia da Faculdade Anhanguera de São Bernardo Walkiria Savira Belapetravicius quanto aos problemas relacionados à evasão na EJA. Outro ponto destacado pela especialista, entretanto, é o acesso. “Não temos atendido o aluno da periferia e, muitas vezes, a distância afasta o indivíduo. Faltam estratégias para se chegar até a população”, considera.

Professor da Faculdade de Pedagogia da Metodista, Edson Fasano ressalta que a demanda existe, por isso, a queda no número de matrículas está associada à divulgação ineficaz. “Falta ação pública para a sensibilização das pessoas durante o período de matrículas. Não vemos chamadas públicas mais amplas. Geralmente, é só cartazes em frente às escolas.”

Gestores destacam ações de combate à evasão

Cientes de que a evasão na EJA (Educação de Jovens e Adultos) é um dos principais problemas na etapa de ensino, as administrações municipais e o governo do Estado destacaram ações desempenhadas com o intuito de manter o estudante até a conclusão do curso.

Na rede estadual, o Ceeja (Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos) é apontado como diferencial, já que oferece carga horária flexível. O estudante recebe o material de ensino no ato da matrícula e é orientado a criar plano de estudos. Dessa forma, sempre que sentir necessidade ele pode recorrer ao centro para conversar presencialmente com professores. Ele não precisa frequentar a escola diariamente, mas sim quando precisar tirar dúvidas ou realizar provas.

Em Santo André, a gestão ressaltou que as unidades escolares são orientadas a fazer planejamento para prevenir a evasão escolar. “São desenvolvidas ações pedagógicas de acolhimento, flexibilidade no atendimento, atendimento individualizado, metodologias voltadas aos jovens e adultos, acompanhamento da frequência escolar e intervenção aos alunos faltosos”.

Em relação à divulgação, a Prefeitura citou que foi realizada ação com cartazes, caminhada pelo entorno da escola, divulgação em feiras livres, comércios da região, entre outras.

São Bernardo destacou que para facilitar a continuidade dos estudos há a flexibilização do horário de entrada e acolhimento dos motivos de ausência oferecidos pelos alunos.

Mauá informou que realiza o monitoramento da frequência dos alunos e a formação específica dos professores para que seja desenvolvido método de ensino diferenciado.




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