Setecidades Titulo Renovação de frota
Linha 10 segue sem previsão do Estado para que frota seja renovada

Sistema conta com trens fabricados na
década de 1970, um dos mais antigos do Estado

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
18/07/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Responsável hoje por operar com uma das frotas de trens mais antigas de todo o sistema ferroviário do Estado, a Linha 10 – Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que liga Rio Grande da Serra ao Brás, na Capital, segue sem previsão para ser beneficiada pela renovação de composições executada desde o ano passado pelo governo estadual.

Após oficializar, na sexta-feira, a entrega do 16º trem referente ao lote de 65 composições adquirido pelo governo estadual em 2013, ao custo de R$ 1,8 bilhão, a CPTM declara ainda analisar as necessidades de cada linha para definir o cronograma de entrega. “A previsão é que até o fim do próximo ano, de acordo com a necessidade operacional de cada linha, todas estejam com a frota padronizada, com trens equipados com ar condicionado e acessibilidade”, explica em nota a companhia, sem citar quantos trens serão direcionados para cada região.

Até o momento, dos 16 trens entregues pela CPTM, 12 foram encaminhados para a Linha 7 – Rubi e outros quatro à Linha 11– Coral. Segundo a companhia, ambas as linhas tiveram número maior de ocorrências notáveis se comparado com a Linha 10 – Turquesa. No entanto, conforme consta no próprio site da CPTM, os dois itinerários já operam com composições mais novas do que as destinadas ao sistema que atende o Grande ABC.

Com média diária de 370 mil passageiros, sendo 181,4 mil usuários somente na região, por meio de nove paradas espalhadas por cinco cidades, a Linha 10 –Turquesa tem atualmente frota composta por 25 trens, no entanto, todos com ano de fabricação entre 1974-1977 da Série 2100 – a primeira adquirida quando a CPTM assumiu o sistema e uma das mais antigas ainda em operação.

Originalmente projetadas e utilizadas na Espanha como trens regionais de média distância, as composições somente entraram em ação no Brasil em 1998, após a CPTM adaptar e modernizar os trens.

Prestes a completar 20 anos de circulação no sistema ferroviário de São Paulo, as composições têm sido alvo de reclamações por parte dos usuário. “Quando chove, o vagão fica todo molhado. É até perigoso um idoso escorregar”, relata o estagiário de Engenharia Luan Santos Barbosa, 25 anos.

Outro ponto citado por usuários é a ausência das composições contínuas de passageiros que possuem passagem livre entre os carros. “Pego um metrô (Linha 4–Amarela) que tem vagões assim e facilita bastante porque aumenta a capacidade. Sei que tem em outras linhas de trem. Seria uma boa se tivesse aqui também, já que a lotação nunca diminui”, afirma a analista de mídia Renata Nogueira Lins, 33.

Sem grandes intervenções no sistema que liga o Grande ABC à Capital, a CPTM registrou queda de 7,9 milhões de passageiros ao longo dos último cinco anos na Linha 10 – Turquesa, conforme noticiado pelo Diário em maio. Entre 2011 e 2016, o número de embarques passou de 110,7 milhões para 102,8 milhões.

Segundo a companhia, o resultado negativo foi uma “consequência da crise econômica que afeta todos os setores do País e do aumento do desemprego”. À época, a CPTM informou ainda ter investido R$ 223,5 milhões em obras de modernização do sistema.

Sobre a frota de trens que atende a região, a CPTM declara que “as composições foram as primeiras a dispor de ar condicionado e portas amplas que facilitam o embarque e desembarque dos usuários”.




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