Oliveira foi apontado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro do esquema de corrupção que seria liderado por Cabral. Ele exercia a função de transportador e custodiador temporário do dinheiro em espécie. O operador também tinha proximidade com Cabral, sendo padrinho do primeiro casamento dele, com Susana Neves.
"Nas campanhas, transportei valores para pagamento de pessoal e coisas de campanha", afirmou. Segundo ele, os doleiros Marcelo e Renato Chebar, delatores do esquema, entregavam o dinheiro na maior parte das vezes. Serjão tinha como função pegar e entregar os valores. "Muitas vezes em envelopes fechados", disse.
O ex-assessor de Cabral afirmou ainda que uma vez pegou dinheiro em um posto de gasolina com uma pessoa que não conhecia. Ele reconhecia o indivíduo por meio de um código combinado previamente.
Ele contou ainda que não costumava pagar despesas pessoais de Cabral, mas em uma ou duas vezes entregou dinheiro à mãe de Cabral, Magaly Cabral. "Ele (Cabral) me pediu para pagar para a mãe dele R$ 2 mil ou R$ 3 mil para remédios de Alzheimer do pai dele".
Serjão contou que ganhava entre R$ 9 mil e R$ 12 mil mensais para trabalhar na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) cuidando das demandas dos deputados. Nas campanhas, recebia "por fora" entre três a cinco vezes valores que iam de R$ 12 mil a R$ 15 mil. "Algumas vezes recebia no fim da campanha em torno de R$ 30 mil".
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