O calçadão da Praça Rui Barbosa, no bairro Santa Terezinha, em Santo André, está com os dias contados. Por lá, passará rotatória que fará com que parte da área verde seja extinta - cerca de 19 árvores serão retiradas. Moradores do entorno, que criticam o projeto, fizeram abaixo-assinado e convocam protesto para sábado a fim de impedir as obras. A população diz não ter sido procurada pela Prefeitura para expressar opinião.

Ao redor da praça, estão a Igreja Santa Terezinha, Cartório de Registro Civil, a Escola Livre de Teatro e a Escola Estadual Profª Carlina Caçapava de Mello. "Ninguém quer perder a área de lazer. As crianças andam de bicicleta, tem quermesses, encontros de teatro. Sem contar o perigo que passará a ter com o fluxo de carros", avalia Mario Matiello, morador do bairro e estudante da escola de teatro.

Ao invés de retirar o calçadão, a reivindicação dos moradores é para que a praça seja revitalizada, com a retirada dos enfeites de concreto e corte do mato, com objetivo de melhorar a visibilidade.

"Os concretos lembram muros de cadeia. Não dá para enxergar do outro lado e isso prejudica a segurança. Se fizessem isso, cortassem o mato e colocassem academia para a terceira idade já estaria bom demais. Será gasto absurdo de dinheiro público", disse o padre Jorge Wasilewski, da igreja Santa Terezinha.

Antigamente a praça dava lugar a uma rotatória, que, em 1997, foi fechada e substituída pelo calçadão. "Quando tinha a rua, aconteciam muitos acidente, e parece que vai voltar tudo", comentou o pároco.

"Não sei por que voltaram com essa história. Nosso projeto era de revitalização, não que transformasse a praça em rotatória. O prefeito Aidan (Ravin - PTB) conversou comigo e com o padre e falou que até dezembro do ano passado estaria pronta, do jeito que queríamos. Mas agora começaram a tirar tudo", reclamou o comerciante Edmaldo Galleti, proprietário de um comércio de materiais elétricos.

Na manhã de ontem, funcionário da Prefeitura cortaria 19 árvores que estavam demarcadas com um ‘X' azul. "Conseguimos mostrar o abaixo-assinado e ele desistiu de cortar. Mas disse que voltaria assim que recebesse outra ordem", comentou Mario Matiello.

Outro problema com a rotatória são as enchentes que o bairro já enfrenta. "Os próprios engenheiros que fizeram as marcações disseram que seria preciso rebaixar 20 centímetros de algumas ruas. Se quando chove a água chega na porta da minha loja, vai passar a invadir tudo", lamentou o comerciante.

A Prefeitura informa que as mudanças fazem parte de projeto de remodelação e que, além das obras viárias, construirá academia ao ar livre e removerá as estruturas de concreto. A administração afirma que a criação da rotatória dará mais fluidez ao trânsito. O Executivo diz ainda que removerá três árvores, sendo duas condenadas pelo ataque de cupins. A promessa é de que o restante será transplantado.