Temendo a perda progressiva da participação da indústria nacional, a NHK - companhia que produz parafusos em Ribeirão Pires - pretende levar seus 177 funcionários no dia 4 à mobilização em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo. Previsto para ocorrer às 9h, o ato fará com que a empresa feche as portas no dia, mas garantiu que antecipará as entregas para não prejudicar a logística junto aos clientes.

O ato faz parte de mobilização promulgada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a fim de fazer pressão no governo para que tome medidas mais eficazes para frear a enxurrada de produtos importados - com especial reclamação aos chineses - e também à alta carga tributária que, juntos, impedem o setor de se revigorar.

"É necessário que o governo tome medidas mais drásticas para nos ajudar", diz a supervisora de vendas da NHK, Gisele Yamauchi. A companhia sente a perda da competitividade e já demitiu 23 funcionários somente neste ano. Tudo por conta da queda do ritmo da produção. Só de novembro até agora, a empresa amargou a retração das vendas em 25%.

A forte queda nas encomendas ocorreu porque 40% do faturamento vêm de motopeças e montadoras de motocicletas, que têm mirado seu foco aos componentes chineses, mais baratos. Para se ter ideia, em setembro a empresa chegava a produzir 1,3 milhão de peças diariamente. Hoje são 800 mil, queda de 38,5%.