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Marvel espalhada para todos os lados

Divisão de direitos de heróis da editora por diferentes estúdios pode confundir fãs

Luís Felipe Soares
09/07/2017 | 07:06
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Os personagens da Marvel estão, literalmente, divididos pelo mundo do cinema. Com filmes que (quase) sempre rendem boas centenas de milhões de dólares para seus estúdios, os super-heróis que nasceram na editora norte-americana não têm total liberdade para se juntarem a qualquer momento. Apesar das capacidades especiais e, em muitas vezes, sobre-humanas, alguns deles estão separados devido a jogo de contratos em torno de direitos comprados por diferentes partes de Hollywood.

Tudo volta à tona com a estreia de Homem-Aranha: De Volta ao Lar, que chegou aos cinemas brasileiros na quinta-feira. Foram 14 anos com o Cabeça de Teia sendo exclusivo da Sony Pictures e o filme marca parceria entre a produtora, dona do orçamento e distribuição, e a Marvel Studios, responsável pela parte criativa e que já utilizou o novo Peter Parker em seu Capitão América: Guerra Civil (2016). A expectativa de uma ótima bilheteria para a Sony foi o principal fator para o trabalho em equipe. Ainda não se sabe se outros filmes com o protagonista serão feitos por meio dessa união de forças.

Os primeiros passos dessa divisão de direitos foram dados no meio da década de 1990. Na época, a editora Marvel passava por grave crise financeira, uma vez que estava sendo mal administrada e a venda de quadrinhos não era alta o bastante. A empresa chegou a entrar com pedido de falência, mas não foi necessário fechar as portas. Solução encontrada foi ganhar dinheiro com representantes da sétima arte. Uma espécie de ‘saldão’ foi feito e acertado com grandes marcas, cada uma delas fazendo as escolhas que mais lhe agradavam para produzir no futuro filmes com os personagens. 

Após as negociações, os direitos de alguns heróis acabaram nas mãos da New Line Cinema (Blade e Homem de Ferro), Fox (X-Men, Demolidor, Quarteto Fantástico e Surfista Prateado), Universal (Hulk), Sony (Homem-Aranha e Motoqueiro Fantasma) e Lionsgate (Justiceiro e Viúva Negra). Bastou a evolução dos efeitos visuais pouco tempo depois e de certa seriedade por parte dos produtores para que as obras começassem a sair do forno. A primeira dessa nova leva foi Blade, o Caçador de Vampiros (1998), seguida de X-Men: O Filme (2000) e Homem-Aranha (2002), hoje apontadas como as precursoras do gênero na era moderna.

Enquanto algumas franquias se desenvolveram, outras ficaram pelo caminho. O crescimento do projeto da Marvel Studios fez com que muitas das peças voltassem para seus domínios, a exemplo de Viúva Negra e Motoqueiro Fantasma. O projeto Vingadores sempre norteou a movimentação do estúdio e foram precisos alguns ajustes para que tudo tomasse forma, sendo que a distribuição dos direitos também afetava certos elementos do universo de cada herói. Nesse momento, a capacidade de adaptação foi essencial, seja mudando nomes de alienígenas ou não chamando Pietro Maximoff, o Mercúrio, de mutante. Detalhe: eles podem usar Hulk com participações em vários títulos, mas não têm direito de desenvolver um filme solo do gigante verde.

Fãs de todo o mundo se divertem muito com o universo cinematográfico da Marvel ainda em atividade, mesmo que a burocracia seja obstáculo para que mais heróis se cruzem nas telonas. É um diferencial que os quadrinhos guardam em suas páginas. 




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