Em comentários duros feitos a grupos empresariais e comerciais de Londres, o dirigente ainda declarou não saber se a posição dos europeus era "compreendida deste lado do Canal".
"Ouvi de algumas pessoas que o Reino Unido defende uma saída do mercado único com a construção simultânea de uma união aduaneira que possibilite "um comércio sem fricções". Isto é impossível", ponderou.
A expressão foi usada pela premiê britânica, Theresa May, e outros dirigentes do país nas últimas semanas.
Barnier também deixou claro que não haverá um acordo especial para o setor financeiro britânico, onde inúmeros bancos sediam suas operações na Europa. "Sobre os serviços financeiros, as coisas são claras: o Reino Unido deixa o bloco e o mercado único e, por isso, todas as instituições financeiras perdem a ligação com o continente mecanicamente. Não há discussão ou negociação neste tópico", disse.
Em relação ao que o Reino Unido pode esperar de um acordo comercial com a UE, o dirigente afirmou que o modelo deve seguir o exemplo de experiências como o da Noruega, do Canadá e da Turquia. "Cada modelo tem seu equilíbrio de direitos e obrigações. Não existe chance de escolher apenas os benefícios", acrescentou.
Barnier também rebateu a ideia de May de que "nenhum acordo é melhor que um acordo ruim", o que também tem sido repetido recentemente por seus ministros. Para ele, na ausência de um acordo, as transações entre as partes cairiam para o nível das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC);
"Na prática, um cenário sem acordo iria piorar a situação 'perde-perder' para qual já caminha o Brexit. E o Reino Unido teria mais a perder que seus parceiros". Fonte: Dow Jones Newswires.
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