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Suzane Richthofen diz que namorado planejou assassinatos
Do Diário OnLine
03/12/2002 | 17:53
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Suzane von Richthofen, 19 anos, filha do casal Manfred e Marísia von Richthofen e uma das responsáveis pelo assassinato deles, foi a primeira dos três acusados a prestar depoimento à Justiça nesta terça-feira, no Fórum da Barra Funda, na zona Oeste de São Paulo. Os outros dois acusados do crime, Daniel Cravinhos, 21 (namorado de Suzane), e o irmão dele, Cristian, 26, também confessaram ter matado a pauladas o casal na madrugada de 31 de outubro, no Brooklin, zona Sul da cidade.

O interrogatório, realizado pelo juiz Alberto Anderson Filho, aconteceu na maior sala de audiências do Fórum e estava lotada de populares. A partir dos depoimentos colhidos será decidido se os acusados vão a júri popular. Os três tiveram a prisão preventiva decretada em 19 de novembro.

Assim como havia adiantado a advogada de Suzane, Cláudia Bernasconi, a jovem confirmou que matou por amor e que Daniel era seu "príncipe encantado". Disse também que foi ele quem planejou a morte de seus pais - antes tinha assumido a posição e mentora - e que foi ele o responsável por viciá-la em maconha. A estudante estava calma, mas chorou ao relatar os detalhes do crime.

Segundo Suzane, depois que os pais proibiram o relacionamento, Daniel passou a mostrar a ela que a vida sem eles “era como um sonho”. "Ele foi me seduzindo e mostrando que ficar ao lado dele sem meus pais era a felicidade. Foi como que plantando uma semente em mim para fazer o crime", disse.

Já Daniel contradisse a namorada e declarou que ela foi a responsável pelo planejamento da morte dos pais. Apesar disso, ele confirmou a versão contada por Suzane de que, no início, Manfred e Marísia aceitavam o namoro. Segundo os dois, o relacionamento foi proibido após Marísia descobrir que a filha mentiu ao dizer que dormiria na casa de uma amiga para ir ao motel com Daniel. A partir daí, o rapaz seria verbalmente agredido pela família quando ia à casa de Suzane. Os pais dela reclamavam que ele não trabalhava e não estudava.

Em seu depoimento, Daniel também negou que havia planejado dividir o dinheiro roubado na casa dos Richthofen entre ele, Suzane e Cristian. Ele contou que Cristian não queria participar do crime e só aceitou porque os dois seriam “muito ligados”. Quanto à toalha deixada no rosto de Manfred, Daniel, que foi o responsável pela morte, disse não a colocou com a intenção de matá-lo, e sim como forma de “tentar fazer ele acordar”.

O depoimento mais curto foi o de Cristian. O acusado contou que na ocasião fez de tudo para que o crime desse errado. Quando entrou na casa dos Richthofen, ele disse que bateu a porta e pisou forte para subir a escada, na tentativa de acordar os pais de Suzane. Cristian também disse que cobriu a cabeça de Marísia com um saco de lixo porque, segundo ele, o filho do casal, Andreas, “não precisava ter que ver a cena”.

Denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, dificuldade de defesa das vítimas e crueldade) e fraude processual (alteração da cena do crime), Suzane, Daniel e Cristian poderão ser condenados a até 60 anos de prisão. Cristian também foi denunciado por furto, pelas jóias levadas da casa.

O promotor fez uma relação de oito testemunhas para o processo na Justiça. São elas: o PM Alexandre Paulino Boto (primeiro a chegar ao local do crime após Suzane acionar a polícia), a empregada da família Richthofen, Reinalva de Almeida, Miguel Abdalla (irmão de Marísia), Ana Carolina M.A. (namorada de Cristian), José Carlos Simão (amigo dos Richthofen), Marcos Nahime (que vendeu a moto para Cristian), Cristiane Silveira (vizinha de Cristian) e Cláudia Sorge (amiga de Marísia).

Se for decidido que os réus confessos irão a júri popular, o julgamento deve começar em maio de 2003.




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