Política Titulo Editorial
Baque na Saúde
Do Diário do Grande ABC
04/07/2017 | 09:04
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Aline Pietri/DGABC


A notícia de que o governo federal descontinuou o programa Farmácia Popular, fechando as dez unidades que no Grande ABC comercializavam série de remédios com até 90% de descontos, e em determinados casos distribuía-os gratuitamemte, representa duro golpe para aos moradores das sete cidades, especialmente aos da camada mais pobre da população. O pior é que a alternativa proposta pelo Planalto não parece ser tão eficiente quanto sua antecessora. Nas ruas, conforme mostra reportagem publicada nesta edição do Diário, a medida causou descontentamento.

Boa parte da insatisfação da sociedade se deve à interrupção abrupta dos serviços. Com repasse mensal do governo federal na ordem de R$ 12,5 mil para cada unidade, o Farmácia Popular funcionava em cinco municípios da região: Santo André (2), São Bernardo (4), Diadema (2), Mauá (1) e Ribeirão Pires (1). Em todas, 112 itens estavam disponíveis, entre medicamentos e preservativos.

Outra parcela de responsabilidade tem de ser atribuída à ineficiência do governo em explicar à população as razões do fim do programa. Discutida desde o início do ano, a decisão pelo encerramento do serviço foi justificada como necessária para possibilitar repasse maior de recursos aos municípios para a compra de medicamentos da atenção básica do SUS (Sistema Único de Saúde), equivalente a R$ 100 milhões por ano. Fica difícil acreditar que a distribuição de remédios ficará melhor ao se deparar com farmácias fechadas.

Pode até ser que o novo programa do governo federal para subsidiar a aquisição de remédios seja melhor que o Farmácia Popular, como garante o ministro Ricardo Barros, mas é fato que, mais uma vez, o Planalto pecou na comunicação com a sociedade. Pela surpresa que os cidadãos revelaram ao topar com os avisos do fim do serviço nas cidades do Grande ABC, registrada pela equipe de reportagem deste jornal, fica nítido que faltou interação com a população. Não é a primeira vez que a administração de Michel Temer (PMDB) falha nesse quesito. Infelizmente. 




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