O comentário de Goldfajn, feito a uma plateia de investidores em evento do Bradesco, retoma ideia contida nas últimas comunicações do BC, inclusive a ata do encontro mais recente do Copom. "Naturalmente, o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", pontuou Ilan.
O presidente do BC voltou a afirmar ainda que a extensão do ciclo de corte de juros vai depender da evolução da atividade econômica, dos fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação para 2018 e 2019. Dependerá ainda, de acordo com ele, das estimativas da taxa de juros estrutural da economia - a taxa que, em tese, permite crescimento sem gerar inflação.
"O aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e de ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas", disse Ilan Goldfajn. "Essas estimativas naturalmente envolvem incerteza e poderão ser reavaliadas ao longo do tempo."
Ainda assim, ele afirma que o cenário atual prescreve a continuidade do ciclo de cortes de juros, "já considerando os atuais riscos em torno do cenário e as estimativas de extensão do ciclo". A continuidade é possível em função das expectativas de inflação ancoradas, das projeções de inflação em torno da meta para 2018 e um pouco abaixo da meta para 2017, e do elevado grau de ociosidade na economia.
Ilan destacou ainda que o BC tem procurado comunicar "a racionalidade econômica que guia suas decisões, explicitando as condicionalidades que determinam a evolução da política monetária". Isso, segundo ele, contribui para aumentar a transparência e melhorar a comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom).
O presidente do BC repetiu ainda a ideia de que a flexibilidade do regime de metas de inflação permite adequar a política monetária aos possíveis cenários prospectivos. Além disso, pontuou novamente que "não há relação direta e mecânica entre o aumento de incerteza e a política monetária".
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