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Campos prega inundar o STF de críticas à liberação da maconha

Deputado paulista vê ameaça nacional caso Supremo descriminalize porte da droga

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
13/06/2017 | 07:17
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Denis Maciel/DGABC


Após lançar a Frente de Combate à Liberação da Maconha e Cocaína, o deputado estadual Campos Machado, presidente paulista do PTB, afirmou que o principal objetivo do grupo será pressionar os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) a barrar judicialmente a legalização dos entorpecentes.

Há, no Supremo, processo que trata da descriminalização do porte de drogas, mas a ação está travada desde que Teori Zavascki pediu vistas e interrompeu o julgamento. Teori morreu em janeiro e, desde então, a única posição pública sobre o assunto foi do ministro Luís Roberto Barroso, que defendeu a liberação da maconha, inclusive com autorização para produção, distribuição e consumo.

“Precisamos inundar as caixas de e-mail dos ministros contra esse absurdo (de liberar a maconha). Estudos mostram que a maconha é porta de entrada para outras drogas. Logo o cidadão não vai se contentar com a maconha, partirá para a cocaína e, então, para o crack. Não podemos deixar isso passar. A ameaça é nacional”, declarou Campos, em visita à sede do Diário.

O petebista declarou que há mapeamentos que indicam a penetração do crack “em todo o Estado de São Paulo, nas 645 cidades” e que “liberar a maconha seria criar um erro porque não estamos lidando com um gatinho e sim com um monstro”. “O ministro Barroso até disse que a descriminalização iria tirar mais gente da cadeia. Iria tirar mais gente da cadeia e colocar em hospitais e cemitérios.”

No domingo, o Diário mostrou que a cidade de Mauá possui nível alto de preocupação com relação ao problema do crack, conforme mapeamento da Confederação Nacional dos Municípios – ranking é atualizado mediante informações enviadas pelas prefeituras. São Bernardo, São Caetano e Diadema têm índice médio de alerta, enquanto em Ribeirão Pires a classificação é baixa.

Campos criticou a postura da prefeitura de São Paulo, chefiada por João Doria (PSDB), no tratamento da Cracolândia, na região central da Capital. “É um assunto delicado. Há risco de haver várias Cracolândias. Tem de haver muito cuidado. Nessas investidas você corre risco de cometer injustiças, porque há vítimas nesses lugares.”

No domingo, intervenção da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) de São Paulo foi criticada pelo uso da força. Ao jornal Folha de S.Paulo, o tenente-coronel Miguel Daffara declarou que haverá “batalha diária” na Cracolândia. “Acredito que a internação compulsória é em ultíssimo caso. Temos de ter cuidado com os aproveitadores, aqueles que abrem clínicas de internação compulsória e tentam capitalizar com isso. Acredito que deveria haver avaliação médica prévia”, finalizou Campos Machado. 




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