Pesquisadores disseram nesta terça que medicamentos que aumentam o nível de estrogênio reduzem a taxa de colesterol nas mulheres, além de diminuir o risco de ataques cardíacos e derrames. O doutor Richard Cannon III, principal autor do estudo divulgado pela revista Circulation, da Associaçao de Estudos Cardíacos dos Estado Unidos, disse que o uso do estrogênio com medicamentos que reduzem o colesterol, produz efeito contra fatores que causam coágulos ou inflamaçoes nos vasos sangüíneos.

Os pesquisadores acreditam que a terapia com o estrogênio pode evitar problemas ligados ao envelhecimento. Até agora foi provado que o estrogênio é capaz de reduzir os níveis do colesterol nocivo ou de baixa densidade (LDL) e aumentar o colesterol benéfico ou de alta densidade (HDL). No entanto, o colesterol nao é o único fator de coagulaçao das artérias. Alguns estudiosos também sugerem a terapia para quem sofre do mal de Alzheimer.

Mas o tratamento tem certos riscos. Alguns pesquisadores dizem que pode aumentar o risco de a paciente contrair câncer de seio e de outros tipos, já que o hormônio estimula o crescimento de células anormais em certos tecidos. Além disso, altos níveis de hormônio podem bloquear os efeitos de tamoxifen, usado há 20 anos como medicamento contra o câncer.

Em um estudo mais recente, os pesquisadores examinaram os níveis de colesterol, de fatores de coagulaçao e sinais de inflamaçao nas amostras de sangue de 28 mulheres, com aproximadamente 57 anos e altos níveis de LDL. As mulheres foram submetidas a três tratamentos de seis semanas cada uma: de estrogênio, de simvastatin, um medicamento que controla o colesterol, e de uma combinaçao de ambos.

Um exame mediu os níveis de plasminogen (PAI-1), que reduz a habilidade do organismo em dissolver coágulos de sangue e é um indicador de coágulos. Outro exame foi de E-selectin, uma molécula cujos níveis revelam a presença de inflamaçao.

Depois do tratamento com estrogênio, os níveis de PAI-1 foram reduzidos em 40%. Com o tratamento combinado, os níveis baixaram em 24%. Com simvastatin nao variaram.

Os resultados foram semelhantes com o E-selectin. Só com o tratamento combinado e com o de estrogênio, os níveis de E-selectin foram reduzidos em 20%. Com simvastatin nao variaram.